Pedetistas se articulam para disputar a presidência da Assembleia

Um novo presidente do Legislativo Estadual será escolhido em 1º de fevereiro de 2019, no início da próxima legislatura. Ao menos cinco deputados do PDT, contudo, já iniciam conversas com os pares, de olho na eleição

Escrito por Miguel Martins ,
Legenda: Sentados, Zezinho Albuquerque, Sérgio Aguiar e Tin Gomes vislumbram a disputa
Foto: Foto: Helene Santos

A eleição é em fevereiro, mas pelo menos cinco deputados estaduais do PDT já iniciam conversas com colegas eleitos e reeleitos na tentativa de comandarem a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa na próxima legislatura, a partir de 2019. A oposição, até o momento, não sinalizou que indicará um nome para a disputa ao cargo máximo do Legislativo. O governador Camilo Santana (PT), mais uma vez, também deve ter protagonismo na escolha do nome.

O atual presidente da Mesa, Zezinho Albuquerque (PDT), é o primeiro deputado a conquistar três mandatos consecutivos na presidência da Assembleia. Tal feito traz o bônus do poder da caneta, mas também o ônus de eventual desgaste junto aos pares pelo tempo na mesma função. Ele não esconde o interesse em disputar o quarto mandato.

"É preciso combinar com os russos. Estou conversando com os partidos e com os amigos, mas não depende apenas do deputado Zezinho. Ainda tenho três meses de mandato e muita coisa precisa ser feita até lá", disse o pedetista.

"O sonho não acabou". É o que responde, por sua vez, o candidato derrotado na disputa passada, deputado Sérgio Aguiar (PDT), quando questionado sobre o interesse de ter o comando da Casa.

Na última vez em que Aguiar disputou a presidência do Legislativo, no fim de 2016, o resultado foi uma crise na base governista que refletiu também na oposição, posteriormente defasada. A extinção do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) também foi resultado do pleito. "Todos os eleitos podem ser candidatos. Vamos aguardar os acontecimentos, mas o sonho ainda não acabou", citou.

Aguiar também tem que disputar o comando da Casa, internamente, com o atual vice-presidente do Legislativo, Tin Gomes (PDT). Primo do senador eleito Cid Gomes, ele afirmou que já conversou com o líder do partido e que até o dia 15 de dezembro pretende dialogar com seus pares no intuito de convencê-los de que seu nome é o melhor para a Casa.

No páreo

Além da escolha do próximo presidente, a Assembleia terá que indicar os outros nove nomes que comporão a Mesa Diretora do próximo biênio, bem como as composições das comissões técnicas permanentes. "Até lá, devo conversar com meus amigos e com o governador. Eu, inclusive, já comuniquei ao Cid Gomes que sou candidato", afirmou Tin Gomes.

José Sarto (PDT) é outro pedetista de olho na presidência da Assembleia. No entanto, ele pode abrir mão, mais uma vez, de disputar o cargo em favor do irmão, o vereador Elpídio Nogueira (PDT), que tem interesse em ocupar o comando da Câmara Municipal de Fortaleza.

O atual líder do Governo, Evandro Leitão (PDT), também é cotado como um dos possíveis candidatos à Presidência da Casa, mas tem atuado de forma mais discreta. Ele disse à reportagem, porém, que não entra em disputa.

Deputados que não pretendem concorrer à presidência já se articulam nos corredores da Assembleia para formar blocos partidários e, assim, terem representações nos colegiados da Casa e se apresentarem com força para serem indicados a pelo menos uma vaga na Mesa Diretora a partir de 2019. Integrantes de PRB, PPS, PR e Patriotas dialogam com esse intuito.

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