Paulo César Norões: Rejeição é herança maldita

Escrito por Redação ,

Mais uma rodada de pesquisas durante a semana que se encerra aponta a iminente vitória de Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno, que acontece daqui a exatos oito dias. A campanha de Fernando Haddad já tentou de tudo, mas a sensação que dá é que nada abala a determinação do eleitor do capitão reformado do Exército, em que pese as muitas tentativas de desconstrução da imagem dele. É razoável supor que, em boa parte do eleitorado, essa convicção é fruto muito mais do desejo de tirar o PT do poder do que propriamente pelo apreço ao candidato do PSL e suas ideias. Haja vista a rejeição de Haddad, que não para de crescer, numa proporção inversamente proporcional à imagem dele: um jovem intelectual, moderado e bem apessoado. Não tem postura nem currículo tão desastroso que justifiquem 54% de rejeição, conforme a última pesquisa Datafolha. Isso só se explica no anti-petismo que ele carrega nos ombros.

Diferença

Mais do que o resultado em si, a diferença de votos é que vai definir os ânimos pós eleição. Uma vitória apertada mantém o perdedor no palanque após a eleição e, com isso, o clima beligerante. Por outro lado, um resultado folgado tende a desmobilizar os derrotados e o novo presidente entra 2019 fortalecido.

Sem clima

Nas andanças de Fernando Haddad e Manuela D'Ávila, em Fortaleza e no Crato, hoje, a presença constante do governador Camilo Santana. Já Cid Gomes, que na última segunda causou polêmica ao cobrar mea-culpa do PT e bater boca com militantes do partido em evento no Marina, estará também em ato de campanha pró Haddad, mas bem longe da comitiva petista. Fará panfletagem em Sobral.

Carona

No segundo turno, ao que parece, está valendo tudo. Em três estados brasileiros, os candidatos do PDT a governador estão pendurados no nome de Bolsonaro para tentar garantir a vitória. Em Manaus, Amazonino Mendes cresceu 6 pontos, mas ainda precisa de 29% dos votos para vencer. Bolsonaro e seu PSL viraram a eleição em quatro estados e outros seis governadores serão eleitos com apoio dele.

Juntos

Na assinatura do acordo com o Porto de Roterdã, no Palácio da Abolição, o governador Camilo tinha ao seu lado o senador derrotado nas últimas eleições Eunício Oliveira, a quem mais uma vez agradeceu de público a parceria. Eunício agradeceu com gestos, mas não discursou.

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