Paulo César Norões: não há democracia sem civilidade

Escrito por Paulo César Norões ,

Gestos de apreço pela democracia serão sempre bem vindos. É dos políticos, principalmente, a responsabilidade de dar bons exemplos de convivência saudável, traduzidos em abertura para o diálogo e respeito às diferenças.

A onda de ataques do crime organizado no Ceará, por exemplo, proporcionou o entendimento entre forças políticas antagônicas, que passaram a trabalhar em conjunto em nome de um objetivo comum: o bem-estar da população.

É fato que, apesar de tentativas isoladas de politização do fato, o governo de Jair Bolsonaro tem dado o apoio solicitado pelo governador Camilo Santana. Que, por sua vez, tem tido a hombridade de fazer o devido reconhecimento. Ah, mas não é a obrigação de ambos? Sim, sem dúvida. Mas, diante do quadro de intolerância atual, é algo que merece ser destacado.

Encontro

Foi dentro desse espírito democrático que o senador Tasso Jereissati (PSDB), o senador eleito Luís Eduardo Girão e o deputado federal eleito Capitão Wagner, ambos do PROS e aliados do Governo Bolsonaro e, assim como Tasso, opositores da gestão petista no Ceará, foram ontem ao Palácio da Abolição conversar com o governador Camilo Santana. Na pauta, a situação atual da segurança no Estado e de que forma eles podem ajudar em Brasília.

Projeto antigo

Tasso Jereissati, a propósito, reapresentou recentemente projeto dele mesmo, ainda do primeiro mandato, que reestrutura o sistema de segurança pública no Brasil. O foco principal é a integração das polícias e secretarias estaduais, algo que vai ao encontro do que tem pregado o governador Camilo. O projeto de Tasso está tramitando na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

Inaceitável

É muito ruim para a democracia que um deputado federal eleito pelo povo abra mão de seu mandato por se sentir ameaçado. Como bem disse o vice-presidente General Mourão, "Quem ameaça parlamentar está cometendo um crime contra a democracia, porque uma das coisas mais importantes é você dar a sua opinião e ter liberdade para expressar isso". Jean Willys (PSOL-RJ) renunciou temendo ter o mesmo destino da vereadora carioca Marielle Franco, assassinada no ano passado, possivelmente por conta de suas posições políticas.

Reconhecimento

Desembargador Gladyson Pontes experimentou o carinho de seus pares na última sessão do Tribunal Pleno presidida por ele, nesta quinta. Desembargadores foram unânimes em elogios à sua gestão. Dia 31 ele passa o comando do Tribunal de Justiça ao desembargador Washington Araújo.

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