Paulo César Norões: Mais Médicos sem os cubanos

Escrito por Redação ,

O fim da parceria entre Brasil e Cuba, que trouxe médicos cubanos para o atendimento básico, sobretudo em pequenas comunidades, gerou polêmica. Polêmica, aliás, que já existia desde a implantação do programa, no governo Dilma. Não se discute a necessidade de médicos para atender à população dos mais distantes rincões. Por esse aspecto o Mais Médicos faz todo sentido. Sabe-se que são raros os profissionais, mesmo os mais jovens, dispostos a irem para esses lugares. A parceria com os cubanos, porém, criou atritos com a comunidade médica. Primeiro pela dispensa do revalida, regra obrigatória para médicos formados em outros países, mesmo que sejam brasileiros. Depois, pela desconfiança de que os profissionais mandados para cá não eram propriamente médicos, mas uma espécie de "técnicos habilitados" apenas para funções básicas. E havia ainda a questão da remuneração: dois terços iam para os cofres do governo cubano. Essas críticas são antigas, mas reverberadas agora pelo presidente eleito Jair Bolsonaro incomodaram Cuba, que mandou buscar seus profissionais, pondo fim à parceria. Não resta dúvida de que, bem ou mal, os médicos cubanos vinham garantindo o atendimento primário às populações carentes. É fundamental que o Governo Federal aja rápido para não deixar essa gente desassistida. Uma boa saída é cobrar dos médicos que se formam em universidades públicas e gratuitas pelo menos dois anos de trabalho nesses locais. Seria uma contrapartida justa. Da mesma forma, os que se formam em universidades particulares se utilizando do Fies, poderiam dedicar também dois anos a esse atendimento e abater o valor correspondente de sua dívida com a União. Ou seja, existem saídas para o problema.

Esquerda Crítica

A saída de Cuba do programa Mais Médicos irritou esquerdistas. No Ceará, o deputado federal Chico Lopes (PCdoB) acusa o presidente eleito Bolsonaro de criar casos com países estrangeiros. "Em menos de três semanas desde as eleições, o governo eleito por cima de denúncias de caixa 2 em envios de milhões de mensagens de WhatsApp já conseguiu arrumar briga com a China, a Noruega, os países árabes e agora com Cuba", acusa. Já o vereador e deputado estadual eleito Acrísio Sena (PT) diz que a saída dos cubanos é "um prejuízo gigantesco para as populações pobres e vulneráveis do Brasil e do Ceará", lembrando que 118 dos 184 municípios do Ceará contavam com o Programa, "um dado alarmante".

Escolha próxima

Dos dez vereadores do PDT, seis entraram na briga pelo comando da Câmara de Fortaleza. Três - Didi Mangueira, Iraguassu Filho e Renan Colares - já desistiram, após conversa com o prefeito Roberto Cláudio e o atual presidente Salmito Filho. A disputa fica entre Adail Junior, Antônio Henrique e Elpídio Nogueira. Um deles será o próximo presidente da Casa. O escolhido deverá ser anunciado na próxima terça-feira (20).

Empréstimo

Maracanaú é o primeiro município cearense, afora Fortaleza, a conquistar um empréstimo do BID, o Banco Interamericano de Desenvolvimento. O contrato assinado ontem, pelo prefeito Firmo Camurça, garante US$ 31,7 milhões, aproximadamente R$ 118,8 milhões, que serão aplicados na execução do Programa do Transporte e Logística Urbana - Translog, com obras de melhoria nos principais corredores da cidade, interligação dos bairros periféricos com a região central do município, integração dos diversos modais de transporte (ônibus, metrô e bicicletas, através de ciclovias e ciclofaixas) e otimização da logística para escoamento da produção dos Distritos Industriais. Um investimento histórico para Maracanaú. Na assinatura do contrato, no escritório do banco, em Brasília, o prefeito estava junto com seus principais apoiadores, o vice-prefeito e deputado federal eleito, Roberto Pessoa, e a deputada estadual reeleita Fernanda Pessoa. Grupo político que segue firme e mais unido do que nunca.

Demandas

Câmara de Camocim aprovou, por unanimidade, cidadania para o presidente do Tribunal de Justiça do Ceará, desembargador Gladyson Pontes que, antes da magistratura, foi funcionário da agência do Banco do Brasil de Camocim, onde atuou como advogado da instituição financeira. A iniciativa de conceder o título de cidadão camocinense ao desembargador foi do vereador Marcos Coelho (PSDB).

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