Paulo César Norões: conservadores x progressistas

Escrito por Redação ,

Chegada de Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) ao segundo turno da eleição presidencial coloca, pela primeira vez desde a redemocratização, direita e esquerda em confronto direto pelo Poder, quebrando sequência de disputas dentro do campo progressista, representado por PT e PSDB. Verdade é que o fim da ditadura militar deu aos políticos que a ela se contrapunham - uns mais, outros menos - o protagonismo na nova ordem vigente. Direitista e liberal passaram a soar quase como ofensa, o que marginalizou seus representantes. Mas a política é feita de ciclos. Os malfeitos dos governos do PT - em que pesem ganhos sociais e econômicos dos primeiros anos, quebraram o encanto do discurso progressista. Na esteira da indignação popular com a corrupção e o descontrole da economia, a direita enfim saiu do armário, se assumiu como tal. E, assim, chegamos ao embate entre conservadores e progressistas. Pensamento liberal versus socialismo. Pelo viés do jogo democrático, algo salutar. O problema são os protagonistas. Para além de um direitista, Bolsonaro é polêmico, flerta com ideias antidemocráticas e posicionamentos politicamente incorretos. Haddad, por seu turno, se apresenta como representante de um ex-presidente condenado por corrupção, de quem recebe orientações direto da prisão. Será uma escolha difícil para os 36 milhões de brasileiros que não votaram em nenhum dos dois. Eleitores que terão que relativizar pontos negativos para escolher um ou outro. Ou, então, votar em branco, nulo ou simplesmente se abster.

Ecletismo

Eleitor paulista manda para a Câmara Federal um ator pornô, Alexandre Frota, e um príncipe, Dom Luiz Philipe de Orleans e Bragança. Ambos do PSL de Jair Bolsonaro.

De novo

Sempre apostando que "pior que está não fica", cearense Tiririca vai emplacar o terceiro mandato de deputado federal por São Paulo. Teve mais de 400 mil votos, desta vez.

Decepção

De favorita, Marina Silva terminou apenas em oitavo lugar, com mísero 1% dos votos.

Fenômeno

Célio Studart (PV) já surpreendera meio mundo ao se tornar o vereador mais votado de Fortaleza, em 2016. Ei-lo agora superando a casa dos 200 mil votos, o segundo deputado federal mais votado, atrás apenas do Capitão Wagner. Nada mal para quem faz campanha de poucos recursos, focada nas redes sociais.

Não deu

PT queria muito eleger Dilma em Minas Gerais. Além de uma representante a mais no Senado, uma vitória da ex-presidente reforçaria o discurso petista de que o impeachment teria sido mesmo um golpe, com o qual o povo não concordou. Deu tudo errado. De líder nas pesquisas, Dilma caiu para um modesto quarto lugar.

 

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