Veja principais trechos de reunião ministerial de Bolsonaro

O conteúdo da reunião foi liberado para divulgação nesta sexta-feira (22) pelo ministro do STF Celso de Mello

Escrito por Redação ,
Legenda: Reunião aconteceu no último dia 22 de abril
Foto: Marcos Corrêa/PR

Durante reunião ministerial realizada em 22 de abril, cujo conteúdo foi liberado nesta sexta-feira (22) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, o presidente Jair Bolsonaro desferiu insultos contra os governadores de São Paulo e do Rio de Janeiro, voltou a defender o armamento da população e afirmou que poderia haver troca de ministros para proteger a própria família.

Esta última declaração foi um dos pontos comentados pelo ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, após ser exonerado do cargo.

A transcrição da íntegra da reunião foi disponibilizada pelo STF.

Veja trechos da reunião:

Confira abaixo a transcrição de alguns dos trechos da reunião: 

Troca de ministro

Bolsonaro afirmou que, se não conseguisse mudar os comandos da "segurança" no Rio de Janeiro, onde reside parte de sua família, poderia trocar de ministro para evitar que seus parentes se tornassem alvos de investigações. Em 23 de abril, o então ministro da Justiça, Sérgio Moro pediu demissão. Em seu lugar, assumiu André Mendonça. 

"Mas é a putaria o tempo todo pra me atingir, mexendo com a minha família. Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro, oficialmente, e não consegui! E isso acabou. Eu não vou esperar foder a minha família toda, de sacanagem, ou amigos meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence a estrutura nossa. Vai trocar! Se não puder trocar, troca o chefe dele! Não pode trocar o chefe dele? Troca o ministro! E ponto final! Não estamos aqui pra brincadeira.

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Meio ambiente

O ministro Ricardo Salles, do Meio Ambiente, declarou que este é o momento de passar regramentos e simplificar normas já que a imprensa está focada na cobertura da Covid-19.

"(...) Precisa ter um esforço nosso aqui enquanto estamos nesse momento de tranquilidade no aspecto de cobertura de imprensa, porque só fala de Covid, e ir passando a boiada e mudando todo o regramento e simplificando normas. De Iphan, de ministério da Agricultura, de ministério de Meio Ambiente, de ministério disso, de ministério daquilo. Agora é hora de unir esforços pra dar de baciada a simplificação regulam ... é de regulatório que nós precisamos, em todos os aspectos".

Dória e Witzel

O presidente criticou os governadores de São Paulo e do Rio de Janeiro, João Dória e Wilson Witzel, pelas medidas tomadas nos estados em enfrentamento ao novo coronavírus. Cita ainda o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto. 

"Que os caras querem é a nossa hemorroida! É a nossa liberdade! Isso é uma verdade. O que esses caras fizeram com o vírus, esse bosta desse governador de São Paulo, esse estrume do Rio de Janeiro, entre outros, é exatamente isso. Aproveitaram o vírus, tá um bosta de um prefeito lá de Manaus agora, abrindo covas coletivas. Um bosta. Que quem não conhece a história dele, procura conhecer, que eu conheci dentro da Câmara, com ele do meu lado! Né?"

Armamento da população

Bolsonaro chegou ainda a reiterar sua opinião a respeito da permissão para que a população possa ter o direito de adquirir armas de fogo, afirmando que isso evitaria uma ditadura. 

"O que esses filha de uma égua quer, ô Weintraub, é a nossa liberdade. Olha, eu tô, como é fácil impor uma ditadura no Brasil. Como é fácil. O povo tá dentro de casa. Por isso que eu quero, ministro da Justiça e ministro da Defesa, que o povo se arme! Que é a garantia que não vai ter um filho da puta aparecer pra impor uma ditadura aqui! Que é fácil impor uma ditadura! Facílimo! Um bosta de um prefeito faz um bosta de um decreto, algema, e deixa todo mundo dentro de casa. Se tivesse armado, ia pra rua. E se eu fosse ditador, né? Eu queria desarmar a população, como todos fizeram no passado quando queriam, antes de impor a sua respectiva ditadura. Aí, que é a demonstração nossa, eu peço ao Fernando e ao Moro que, por favor, assine essa portaria hoje e que eu quero dar um puta de um recado pra esses bosta! Por que que eu tô armando o povo? Porque eu não quero uma ditadura! E não da pra segurar mais! Não é? Não dá pra segurar mais."

Weintraub

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, também se manisfestou durante a reunião, afirmando que, se dependesse dele, colocaria esses "vagabundos todos na cadeia", citando o Supremo Tribunal Federal (STF)

Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF. E é isso que me choca. Era só isso presidente, eu ... eu ... realmente acho que toda essa discussão de "vamos fazer isso", "vamos fazer aquilo", ouvi muitos ministros que vi ... chegaram, foram embora. Eu percebo que tem muita gente com agenda própria. Eu percebo que tem, assim, tem o jogo que é jogado aqui, mas eu não vim pra jogar o jogo. Eu vim aqui pra lutar. E eu luto e me ferro. 

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