Titular do MEC explica redução de verbas na Câmara: acompanhe

Abraham Weintraub iniciou exibindo gráficos da aplicação dos recursos do MEC

Escrito por Redação ,
Legenda: Abraham Weintraub exibiu no Plenário da Câmara números da distribuição das verbas para a Educação
Foto: Reprodução

O ministro da Educação, Abraham Weintraub está, na tarde desta quarta-feira, no Plenário da Câmara dos Deputados e começou a esclarecer as razões de que o Governo Bolsonaro  contingenciar parte dos recursos destinados à Pasta.

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Weintraub disse que uma das prioridades do governo é investir na alfabetização. “Vamos investir na alfabetização como uma ferramenta de superação de desigualdade. Se não alfabetizar bem a população, a gente vai continuar desigual, principalmente no ensino técnico e no ensino médio.” 

Weintraub disse que os analfabetos totais já são raros, mas que a qualidade de alfabetização é “um desastre”. Por isso, ele afirmou que é necessário investir na primeira infância – creche e pré-escola. “Uma pessoa que não sabe interpretar, não consegue montar um produto sozinho, não consegue ler o manual de uma máquina para operá-la melhor, é uma pessoa que não consegue se virar na vida", afirmou o ministro. Esse analfabetismo, segundo ele, impacta nos outros indicadores. 

Ele falou sobre a necessidade de investimento em estudo integral. “O Brasil está indo para trás nos investimentos desse segmento”, criticou. 

Ensino técnico

Weintraub disse ainda que o ensino técnico precisa ser valorizado no Brasil. Segundo ele, não faz sentido que as vagas sejam oferecidas apenas pelo setor público. O Chile, segundo ele, investiu na educação de base, no ensino técnico e hoje “é uma nação de engenheiros”.

De acordo com o ministro, há 500 mil vagas de empregos para tecnologia e não há pessoas para ocupar essas vagas. Weintraub disse que o Pronatec teve um resultado “muito ruim”. “Gastamos R$ 13 bilhões com o Pronatec, paramos de fazer e ninguém reclamou”, disse. 

Para ele falta técnica, método, ciência e gestão. “Não discussões ideológicas na sala de aula”, acrescentou.

Ele foi convocado ontem para prestar esclarecimentos sobre os cortes no orçamento das universidades e institutos federais com o apoio da maioria dos partidos. Apenas o PSL e o Novo foram contrários à convocação.

A comissão geral com o ministro também coincide com protestos convocados para todo o País contrários à diminuição de recursos para universidades públicas e institutos federais. 

Oposição 

Durante a audiência com o ministro da Educação no Plenário, a oposição tratou de desmontar sua argumentação. A líder da minoria, deputada Jandira Feghali (PCdoB), provocou o titular da Pasta.

"Eu tô com documento que mostra o ministro Abraham Weintraub, que disse que comunista merece bala na cabeça. Ministro, eu sou comunista, mereço bala na cabeça", questionou. 

Manifestações

A manifestação contra os cortes na Educação, em Brasília, começou no Museu da República e ficou concentrada em frente ao Congresso Nacional durante a manhã desta quarta-feira (15).

Na Universidade de Brasília (UnB), mais cedo, algumas faixas diziam: hoje a aula é na Esplanada. E os estudantes atenderam. Cerca de 6 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, ou 50 mil, segundo os manifestantes, gritavam palavras de ordem contra os cortes. 

No carro de som, além da União Nacional dos Estudantes (UNE), sindicatos de professores e técnicos; vários parlamentares como a deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC): "bom dia juventude! Juventude que não se dobra, juventude que não se cala, juventude que não enverga, juventude que é madeira de lei, que cupim não rói, que veio aqui hoje mostrar para o Bolsonaro. Aprenda! Aprenda no nosso aulão que não vamos aceitar os cortes na educação".

A estudante Samara Correia, que estuda Teoria Crítica e História da Arte na Universidade de Brasília, conta que a falta de dinheiro é visível. "Esses cortes já são perceptíveis, principalmente na manutenção dos prédios, segurança, vigilantes. Curso noturno então, menos ainda. Tem dia que não tem aula porque não tem porteiro para ficar cuidando do prédio. Então, a gente tem que procurar outras salas".

Muitos afirmaram que a educação é investimento e que não deveria ser cortada. E criticaram o ministro da Educação, Abraham Weintraub, por se referir às universidades como local de "balbúrdia". O ministro foi convocado pela Câmara para prestar esclarecimentos sobre os cortes em comissão geral no Plenário, nesta tarde.

Ato em várias cidades pediram a manutenção das verbas para as Universidades. Além de Brasília, Curitiba, Fortaleza, Salvador, São Paulo e Belo Horizonte registraram manifestações.

O Ministério da Educação garante que o bloqueio de recursos se deve a restrições orçamentárias impostas a toda a administração pública federal em função da atual crise financeira e da baixa arrecadação dos cofres públicos.

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