Temer vai passar fim de semana na cadeia após decisão de desembargador

Desembargador Ivan Athié evitou julgar habeas corpus e deixou decisão para o colegiado do TRF-2

Escrito por Redação ,
Legenda: Michel Temer está preso na Superintendência da PF do Rio de Janeiro
Foto: AFP

O ex-presidente Michel Temer vai passar o fim de semana na cadeia, no Rio de Janeiro. A defesa do emedebista esperava o julgamento de um pedido de habeas corpus nesta sexta-feira. Só que o desembargador Ivan Athié, do Tribunal Federal da 2ª Região, evitou julgar sozinho a demanda e preferiu deixar a decisão para o colegiado.

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A expectativa é de que o habeas corpus só seja analisado na sessão do tribunal na próxima quarta-feira. O emedebista foi preso, ontem, em São Paulo, e depois foi transferido para o Rio de Janeiro.  Ele chegou, ontem, às 18h40, à Superintendência da Polícia Federal no Rio. 

A decisão de prender Temer foi do juiz Marcelo Bretas, da Lava-Jato do Rio de Janeiro. O ex-presidente é acusado de chefiar uma organização criminosa. A prisão de Temer ocorreu apenas 80 dias após transferir o cargo para Jair Bolsonaro (PSL-RJ).

Silêncio

Temer permaneceu em silêncio durante interrogatório, nesta sexta. A informação foi divulgada nesta sexta-feira pela procuradora da República Fabiana Schneider, integrante da força-tarefa da Lava Jato no Rio. Segundo Fabiana, dos oito presos na operação, apenas o ex-ministro Moreira Franco aceitou falar, negando ter recebido ou oferecido propina. De acordo com a procuradora, Temer apenas informou, por meio de seus advogados, que não iria falar.

Questionada se os fundamentos dos mandados de prisão eram suficientemente sólidos para justificar a prisão de Temer, Moreira e os demais presos, Fabiana disse que sim, por se tratar de membros de uma organização criminosa estável, que vinha ocultando patrimônio e atuando há cerca de 40 anos.

“A força-tarefa do Rio de Janeiro tem sido bastante comedida nos seus pedidos de prisão. Se não houvesse motivos suficientes para prisão preventiva, com toda certeza, nós não faríamos esses pedidos. Nós estamos absolutamente convencidos da necessidade da manutenção da prisão. A gente está falando de uma organização criminosa que assalta o erário há quase 40 anos, em valores muito superiores aos quais estamos acostumados, de R$ 1,8 bilhão, pelo menos”, disse Fabiana.

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