TCE premia ferramentas digitais criadas por jovens para otimizar divulgação de dados dos municípios

Ao todo, três grupos receberam prêmios em dinheiro pelo órgão, que irá utilizar as soluções para melhorar a análise das contas dos municípios cearenses

Escrito por Alessandra Castro ,
Legenda: Foram premiadas as equipes Baião de Dados, Graúna e Digimon
Foto: Foto: Thiago Gadelha

O Tribunal de Contas do Estado do Ceará (TCE-CE) premiou, nesta quinta-feira (30), três equipes de especialistas em tecnologia da informação, que desenvolveram plataformas que ajudam a melhorar a análise de dados públicos dos municípios cearenses.

A premiação faz parte do primeiro Hackaton desenvolvido pelo órgão, competição que busca encontrar soluções de combate à corrupção por meio da inteligência colaborativa. Com o tema, estudantes e desenvolvedores tiveram que criar plataformas para ler dados abertos dos municípios cearenses e do Governo do Estado, para encontrar indícios de fraudes e permitir a checagem pela própria população. 

As plataformas premiadas ficarão à disposição do Tribunal de Contas, que pode aprimorá-las ou não. Também fica a critério do TCE-CE a implementação das ferramentas. 

De acordo com presidente do órgão, conselheiro Valdomiro Távora, as iniciativas devem complementar mecanismos já utilizados pelo TCE-CE para controle de contas. Além disso, outros campeonatos do tipo devem ser realizados ao longo deste ano, por serem, segundo ele, uma "importante ferramente de incentivo à pesquisa" e de "estímulo para a sociedade civil se engajar" em melhorias para órgãos públicos.

Ao todo, oito equipe com 33 especialistas participaram da competição, mas só três foram premiadas. O primeiro lugar ficou com a Baião de Dados, que desenvolveu uma plataforma chamada "Macashare", que centraliza informações dos portais das transparências dos municípios, com o objetivo de monitorar em tempo real as informações sobre receitas e depesas. Além disso, a plataforma ainda elenca as prefeituras com melhores índices de transparência, com base nas informações e no tempo em que elas estão disponíveis.

A equipe é formada por Felipe Maciel, 31 anos, Albert Florencio, 24, Valmiro Ribeiro, 27 anos, Samir Braga, 20 anos, Paulo Costa, 28 anos. Todos são pesquisados e desenvolvedores do laboratório em sites da Universidade Federal do Ceará (UFC). Eles receberam R$ 15 mil de premiação.

O segundo lugar ficou com a equipe Graúna, formada por Artur Rodrigues, 28 anos, Marilene Lima, 25, e Luiz Leite, 24. Todos fazem parte de pesquisa em computação na UFC. Eles desenvolveram uma plataforma que identifica indícios de fraudes e irregularidades em licitações municipais, com base em critérios desenvolvidos em uma pesquisa de um auditor fiscal da Controladoria Geral da União (CGU).

Dentre os pontos estão reclamações sobre a empresa; preços incompatíveis com mercados, ausência informações sobre almoxarifados, repetição da mesma empresa em várias licitações, entre outros.

O terceiro lugar ficou com a Digimon, formada pelos universitários e pesquisadores em computação Cezario Luiz, 19 anos, Francisco Mateus, 22, Luis Carlos, 23, e Anderson Cláudio, 21. Eles criaram um robô virtual capaz de identificar indícios de fraudes em licitações, que compara os preços dos produtos nos contratos com os do varejo. O ViniBot, como eles nomearam o robô, análisa ofertas na internet para comparar preço e envia a técnicos por meio do Telegram. 

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