Tasso sobre PSDB: "Renovar não é só idade, mas também ideias"

Partido renovou sua Executiva nesta sexta-feira

Escrito por Redação ,
Legenda: Ex-governador diz que Brasil vive um tempo de "extremos"
Foto: Thiago Gadelha

Diante da passagem do bastão dentro do PSDB, o senador Tasso Jereissati, um das lideranças da "velha-guarda" do partido, diz que a sigla precisa, de fato, renovar-se. Mas essa renovação não pode ser apenas na data de nascimento dos dirigentes. "Renovar não é só idade, mas também ideias", declara, afirmando que isso também passa por "hábitos, comportamento político" e "também para o mundo novo no qual estamos vivendo, com redes sociais". O senador falou durante a convenção nacional do partido, realizada nesta sexta-feira (31), em Brasília, e que oficializou o ex-deputado federal Bruno Araújo no posto de presidente da sigla, sucedendo o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, derrotado na última eleição presidencial.

Sem entrar em maiores detalhes, o ex-governador do Ceará declarou que o partido passou por um momento difícil. Entretanto, "agora temos uma nova Executiva que tem todas as condições de voltar o caminho natural do PSDB, que é fazer história". O partido vem de cinco derrotas presidenciais e, depois de polarizar com o PT ao longo de mais de duas décadas, em 2018, pela primeira vez desde que Fernando Henrique Cardoso foi eleito, em 1994, a sigla sequer chegou ao segundo turno.

A ausência de FHC, aliás, foi notada. Ele não compareceu ao congresso desta sexta. Perguntado sobre isso, Tasso minimizou. "É preciso lembrar que o Fernando Henrique tem 88 anos. Não tem que justificar ausência", declara. Entretanto, a presença de outros nomes, como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), e do MDB, Romero Jucá, foi destacada por ele. As siglas foram aliadas durante os governos tucanos, e uma aproximação entre elas, para Tasso, é fundamental. "Acho que é necessário, porque estamos vivendo um momento de extremos", diz. E, segundo Tasso, a presença dos dois é importante pela necessidade de construir-se um campo político que "a grande maioria silenciosa dos brasileiros não está em nenhuma dessas extremidades".

Aliança

Tasso posicionou-se contra a possibilidade de uma aproximação entre o governo federal e o PSDB. Entretanto, declarou que há convergências com a agenda econômica do ministro da Economia, Paulo Guedes. "Temos uma visão da economia muito próxima a do ministro Paulo Guedes, mas muito distante do núcleo duro do governo em termo ideológicos, comportamento, social... É muito distante", declara. Segundo ele, apesar de não ser popular, "quem tem bom senso" apóia a reforma da Previdência.

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