Senador Eduardo Girão relata ameaças por ser contra decreto de armas

Projeto que derruba o decreto do presidente Jair Bolsonaro está na pauta de votação do plenário do Senado nesta terça-feira (18)

Escrito por Carol Curvello ,
Legenda: Eduardo Girão votou a favor da derrubada do decreto de armas na última quarta (12), na CCJ do Senado
Foto: Foto: Thiago Gadelha

O senador cearense Eduardo Girão (Podemos) afirmou nesta segunda-feira (17), em entrevista ao Sistema Verdes Mares, que tem sofrido ameaças nas redes sociais por ter votado a favor da derrubada do decreto de armas do presidente Jair Bolsonaro (PSL) na última quarta-feira (12), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Outros senadores também estão denunciando ameaças em decorrência de o assunto estar na pauta de votação do plenário nesta terça-feira (18).

No sábado (15), Bolsonaro pediu, no Twitter, que a população cobre senadores para que o projeto não seja aprovado. "A CCJ do Senado decidiu revogar nossos decretos sobre CACs (caçadores, atiradores e colecionadores), e posse de armas de fogo. Na terça (18), o PL será votado no plenário. Caso aprovado, perdem os CACs e os bons cidadãos, que dificilmente terão direito de comprar legalmente suas armas. Cobrem os senadores do seu Estado”, escreveu o presidente.

Segundo o senador cearense, há vários comentários em seu perfil pessoal com difamações e ameaças sobre o posicionamento. Girão, porém, continua defendendo que o decreto do Governo não irá garantir mais segurança e pode contribuir para um aumento da violência no País. 

"Acredito que por mais que tenha tido muitos xingamentos, essa violência verbal é uma prova de que as pessoas não devem andar armadas, não podemos caminhar para isso. Alguns xingamentos e ofensas morais, costumo levar com serenidade, as pessoas estão apavoradas com a falta de segurança", ressaltou.

Girão ainda explicou que a proposta transcende disputa partidária e não pode ser discutida no "calor das ameaças". "Respeito a posse que a pessoa possa ter em casa, mas andar nas ruas armados sou completamente contra", disse o senador. 

Promessa

A suspensão do Decreto 9.785/2019, assinado em maio pelo presidente Jair Bolsonaro, que flexibiliza o uso de armas no País, deve ser definida na terça pelos senadores.   Se for aprovado no Senado, o projeto que anula o decreto das armas ainda vai precisar ser apreciado pela Câmara dos Deputados.

O regulamento do Executivo altera o Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826, de 2003), concede porte a 20 categorias profissionais e aumenta de 50 para 5 mil o número de munições que o proprietário de arma de fogo pode comprar anualmente.  Medidas que facilitam o acesso a armas e munição faziam parte das promessas de campanha de Bolsonaro.

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