Rodrigo Maia reitera que momento exige união com o Executivo e não divergências

O presidente da Câmara Federal reforçou ainda que é necessário que o governo federal restabeleça o diálogo com o Congresso e criticou a postura de Bolsonaro

Escrito por Redação ,
Legenda: Rodrigo Maia criticou Bolsonaro afirmando que presidente ouve mais as redes sociais do que o Congresso
Foto: Foto: Câmara dos Deputados

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM) disse na manhã desta terça-feira (7) que é momento de união com o Executivo e não de divergências. "O momento é de focar no principal é saber como vamos salvar vidas, garantir empregos e recursos para empresas e para os mais vulneráveis. Olhar menos para as diferenças", destacou.

Maia participou de uma "live" nesta manhã promovida pela Necton Investimentos, com o tema "Orçamento e saúde fiscal de longo prazo: desafios estruturais". No final do evento, ele falou que é preciso ouvir o ministro da Saúde, Henrique Mandetta. "É preciso ter previsibilidade", cobrou, dizendo que o governo federal tem de ter celeridade na execução das medidas, como os repasses de recursos.

Ele comentou ainda a especulação sobre a demissão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta

"Bolsonaro não vai demitir um ministro popular como ele. A decisão de manter Mandetta não foi política, Bolsonaro ouve mais as redes sociais do que o Congresso", disse Maia, destacando que o mandatário é uma pessoa inteligente, ao contrário do que muitos pensam, e como o ministro da Saúde conquistou a confiança da sociedade, sabe que não pode tirá-lo do posto.

E em meio a tudo isso, é preciso, na opinião do deputado, cumprir a determinação das autoridades de Saúde de quarentena. "Vamos cumprir o que diz Mandetta e OMS. Se é isolamento, é isolamento", afirmou.

Pautas

Ao falar do presidente Jair Bolsonaro, Maia destacou ainda que seria bom no segundo semestre ele manter uma boa relação com o Congresso Nacional. O presidente da Câmara disse que não apenas o Brasil, mas vários outros países, irão aumentar o seu nível de endividamento. "Me preocupa a segunda onda de gastos que o governo terá que fazer para retomar investimentos", afirmou, destacando que no longo prazo as coisas voltarão ao normal, mas no curto governo terá que retomar investimentos.

Indagado sobre o uso do fundo eleitoral para o combate ao coronavírus, como defendem alguns segmentos, Maia disse: "Eu até acho que o fundo eleitoral já foi usado; debate é só para enfraquecer Parlamento". E voltou a dizer que é o momento de o governo usar os recursos que dispõe em meio à crise. "Só não se pode pensar que eleição - para a democracia - não é importante."

China

O presidente da Câmara utilizou a teleconferência para, mais uma vez, criticar o governo federal e um dos recentes episódios de desgaste nas relações com a China, após as críticas feitas pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub.

Durante uma 'live' com o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, o ministro disse que considera alta a probabilidade de uma nova epidemia surgir na China porque eles comem tudo o que o sol ilumina e não são como os brasileiros, que criam porco no chiqueiro.

"Não entendo como, num momento de crise, um parente do presidente usa um ministro para atacar a China", disse Maia no evento da Necton.

Maia voltou a falar da importância da reforma tributária e de outros projetos, mas frisou que o momento é de foco na crise do coronavírus. "O momento agora é de dar tranquilidade às pessoas" disse. "Vamos construir pontes para o diálogo e retomar a agenda reformista".

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