Rejeição da sociedade à CPMF reflete no plenário, afirma Maia

O presidente Jair Bolsonaro descartou nesta quarta(11), em mensagem no Twitter, a recriação da CPMF ou o aumento da carga tributária. Na terça, o ex-secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra apresentou proposta de criação de um impostos sobre pagamentos similar à extinta CPMF

Escrito por Estadão Conteúdo/Agência Brasil ,
Legenda: Maia afirmou não saber o motivo da demissão de Cintra, mas afirmou que "para o presidente ter pedido a cabeça dele para o ministro Paulo Guedes deve ter tido algum motivo sério. Eu não sei qual é".
Foto: Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que o secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra, tinha uma posição histórica a favor de um tema que tem muita rejeição na sociedade. Cintra defendeu, ao longo de sua carreira e como secretário da Receita, a criação de um imposto sobre pagamentos, similar à extinta CPMF. "Isso reflete no plenário da Câmara. Não sei se isso foi relevante para a decisão do presidente de pedir a demissão dele", afirmou.

O Ministério da Economia confirmou a exoneração de Cintra. Ele será substituído interinamente pelo atual subsecretário-geral da Receita, José de Assis Ferraz Neto. A saída de Cintra foi antecipada pelo 'Estado'.

Segundo a reportagem apurou, a razão da exoneração de Cintra foi a apresentação na terça-feira pelo secretário-adjunto da Receita Marcelo Silva, da proposta de criação da contribuição sobre pagamentos (CP), com alíquotas de 0,2% a 0,4%. A proposta vinha sendo estudada pelo governo, mas ainda não havia sido anunciada, e gerou reação negativa no Congresso Nacional.

Maia afirmou não saber o motivo da demissão. "Mas, para o presidente ter pedido a cabeça dele para o ministro Paulo Guedes deve ter tido algum motivo sério. Eu não sei qual é", disse.

CPMF descartada

O presidente Jair Bolsonaro descartou nesta quarta(11), em mensagem no Twitter, a recriação da CPMF ou o aumento da carga tributária.

Ele repercutiu ainda a exoneração do secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra. De acordo com a publicação, a saída de Cintra do cargo está ligada à defesa que o agora ex-titular da Receita fazia da criação de um novo imposto sobre movimentações financeiras.

"Paulo Guedes exonerou, a pedido, o chefe da Receita Federal por divergências no projeto da reforma tributária. A recriação da CPMF ou aumento da carga tributária estão fora da reforma tributária por determinação do Presidente", escreveu Bolsonaro.

Bolsonaro segue internado no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, onde foi submetido a uma cirurgia para correção de uma hérnia incisional. O procedimento é parte do tratamento relacionado ao ferimento de faca sofrido pelo presidente há um ano, durante um ato de campanha eleitoral.

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.