'Queremos que a interlocução possa ser feita direto com o presidente', diz Camilo sobre Bolsonaro

 Governador do Ceará participou de reunião entre lideranças do Nordeste e o presidente do Senado, Eunício Oliveira, nesta quarta, em Brasília 

Escrito por Redação ,

Reeleito para os próximos quatro anos, o governador Camilo Santana (PT) aposta na aproximação direta dos governadores do Nordeste junto ao presidente eleito Jair Bolsonaro. Ao participar, nesta quarta-feira (21), de reunião que contou com a presença representantes dos executivos estaduais da região e o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB), o petista reafirmou defesa do diálogo e da democracia na construção de relações com o futuro governo federal.

“Nós queremos que a interlocução possa ser feita direto com o presidente da República. Nós vivemos em uma democracia, um regime federativo, então que haja toda uma interlocução institucional, respeitosa, e é o que o próprio presidente da República eleito tem colocado”, afirmou. 

A resposta foi dada após questionamentos de jornalistas sobre um possível temor de retaliações a governantes de partidos que fazem oposição a Bolsonaro, surgido com base em declarações do presidente eleito. “Eu espero respeito à democracia que nós vivemos no Brasil. A população nos elegeu. Eu, por exemplo, tive quase 80% dos votos no meu Estado, então espero, e todos os governadores, que esse respeito ocorra por parte do Governo Federal", complementou.  

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Na última quarta-feira (14), Bolsonaro se reuniu com 19 governadores brasileiros eleitos. No Nordeste, os nove estados serão chefiados por opositores do novo governo, e a ausência da maioria do bloco gerou questionamentos. Apenas Wellington Dias (PT-PI) esteve presente.

“Muitos governadores estavam fora do Brasil. O governador Wellington Dias esteve nos representando, e nós tomamos a decisão de fazer uma reunião, como estamos fazendo hoje, exatamente para apresentar uma pauta e solicitar uma audiência com o presidente eleito Jair Bolsonaro”, disse Camilo. 

No dia 12 de dezembro, Bolsonaro volta a se reunir com governadores eleitos de todo o País. Em pauta, questões como a renegociação das dívidas das unidades federativas, recomposição do Fundo de Participação dos Estados e segurança pública. Sobre o impacto de um suposto papel de liderança assumido pelo governador eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), nessa articulação, Camilo ponderou que "não há uma insatisfação".

"Nós temos um fórum de governadores do Brasil que, até pouco tempo, era liderado pelo atual governador do Distrito Federal (Rodrigo Rollemberg). É preciso que, democraticamente, nós possamos reunir todos os governadores eleitos. Vamos definir como é que esse fórum vai funcionar e quem poderá liderar. Qualquer iniciativa nesse sentido tem que ser tomada de forma democrática, decidida por todos os governadores”, concluiu.

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