"Qualquer oposição hoje no Brasil tem que ter o PT", diz Camilo Santana

No primeiro mandato como governador, havia desconfianças de petistas que Camilo poderia deixar o partido.

Escrito por Wagner Mendes ,

O governador Camilo Santana (PT) afirmou que qualquer oposição que houver contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) "tem que ter o PT" na composição. A declaração ocorre após partidos como o PDT, PCdoB e PSB se articularem em um bloco paralelo na Câmara dos Deputados. Em entrevista às Páginas Amarelas da revista Veja, o cearense defendeu a legenda e, ao mesmo tempo, fez críticas à instância nacional. 

Questionado pela publicação de qual lado ficaria caso Ciro Gomes (PDT) conseguisse de fato articular um bloco de oposição alheio ao PT, Camilo argumentou que a legenda foi a que mais saiu fortalecida nas eleições de 2018, e que por isso deveria participar das conversas do campo da centro-esquerda. 

"Defendo que qualquer oposição hoje no Brasil tem que ter o PT, o partido que mais saiu fortalecido das eleições, com a maior bancada federal, o maior número de governadores. O candidato a presidente foi para o segundo turno, tirou 45% dos votos dos brasileiros. Nós temos muito mais convergências do que divergências. A oposição tem que ter a maturidade suficiente para unir e pensar no Brasil, ter responsabilidade de fazer uma oposição construtiva, crítica, mas respeitosa", disse o cearense.

Ainda falando sobre a legenda, o governador discordou da posição da presidente Gleisi Hoffmann de ir à posse do presidente da Venezuela, Nicolas Maduro. A viagem rendeu críticas da própria esquerda.

"Eu sou muito sincero dentro do partido, as pessoas até olham um pouco atravessado para mim porque, às vezes, sou muito sincero. Eu não iria, isso não agregou nada, o momento é de pensar no País. Se fosse para ir a alguma posse de presidente, teria ido à posse do presidente do meu país, por mais que ele tenha sido adversário. Faz parte da democracia", disse.

Segurança

Camilo, que enfrenta uma crise na segurança pública, também comentou as ações que têm implementado no Ceará para combater os ataques orquestrados pelas facções criminosas iniciados ainda no começo de janeiro. 

O petista cobrou um plano nacional, pautado também pelo Congresso Nacional, para atuar no combate à criminalidade em todo o País, e disse ainda ser contra a redução da maioridade penal argumentando que devem ser feitos investimentos em educação.

"A solução passa por políticas públicas que possam proteger essa meninada, dar oportunidades, como escolas em tempo integral. A maior política de combate à violência é implantar escola de tempo integral no Brasil", defendeu.

Na entrevista, o gestor voltou a afirmar que a crise na segurança é um problema nacional e que os parlamentares devem dar a sua contribuição, por exemplo, tipificando os ataques que têm ocorrido no Ceará como terrotismo.

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