Prisão de Temer "fere a Constituição", diz Ciro Gomes

Ciro relembrou que chegou a ser obrigado a pagar indenização a Temer por dano moral

Escrito por Wagner Mendes ,
Legenda: Para o ex-ministro, a decisão judicial não se sustenta juridicamente
Foto: Foto: Thiago Gadelha

O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) afirmou nesta sexta-feira (22) que a prisão do ex-presidente Michel Temer (MDB) afronta o direito e fere a Constituição brasileira. Na declaração, publicada em uma rede social, o ex-governador argumenta ainda que o posicionamento parte de uma "consciência de cidadão". 

"Se tem alguém na política brasileira que sabe o quanto Michel Temer merece ser condenado e preso, acredito que sou eu. Me exasperei quando vi o lulopetismo colocá-lo na linha de sucessão brasileira por pura irresponsabilidade eleitoreira, denunciei publicamente muitas vezes, fui processado pelo mesmo Temer mais de uma vez", escreveu o ex-candidato à presidência da República

Na publicação, Ciro relembra ainda que chegou a ser obrigado a pagar indenização por dano moral por uma "parte estranha do judiciário brasileiro". 

"Isto dito, minha consciência de cidadão e minha formação jurídica me obrigam a afirmar: esta prisão, da forma como foi feita não se sustenta. Afronta o melhor direito, fere a constituição", finalizou.

Posicionamento

A opinião é compartilhada pelo senador Tasso Jereissati (PSDB), que republicou as declarações do adversário político em uma rede social, na tarde desta sexta-feira (22). Ainda na quinta-feira (21), o tucano publicou nota reforçando posição sobre a prisão do emedebista. 

"Com a isenção de quem sempre lhe fez oposição, inclusive tendo sido afastado da presidência do PSDB por esse motivo, me senti confortável para criticar a decretação da prisão preventiva, pois não encontrava - até o momento - razões para uma medida que somente se justificaria em circunstâncias extraordinárias. Reafirmo que ninguém, sejam acusados ou acusadores, está acima da lei ou de seus ritos", escreveu.

De acordo com o senador, o questionamento feito não diz respeito à defesa do ex-presidente. "Minha posição, portanto, longe de qualquer julgamento sobre a inocência ou culpa do ex-presidente, apenas expressava minha preocupação, a partir da experiência histórica, com o comportamento das instituições diante do já conturbado cenário nacional, e o seu papel na defesa dos direitos do cidadão e da democracia", finalizou.
 

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