Previdência: em Fortaleza, parlamentares do PSB defendem mudanças na reforma

O regime de capitalização, as regras de transição e a aposentadoria rural são alguns dos temas de discordância da sigla, que devem ser contestados pelos representantes do partido na comissão especial da reforma

Escrito por Redação ,
Legenda: Deputado federal Pedro Campos (PSB-PE) esteve na Assembleia para participar da audiência pública
Foto: Foto: Helene Santos

Defender a seguridade social, principalmente da população mais pobre, é uma das justificativas apresentadas pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) para determinar oposição à proposta de reforma da Previdência apresentada pelo Governo Bolsonaro. Na quinta-feira (25), o Diretório Nacional fechou questão contra o projeto. Nesta sexta-feira (26), o partido realizou seminário, na Assembleia Legislativa do Ceará, para apresentar os pontos que irá contrapor durante a tramitação da reforma no Congresso.

O regime de capitalização, as regras de transição e a aposentadoria rural são alguns dos temas de discordância que devem ser contestados pelos representantes do partido durante a tramitação da proposta.

Sobre a aposentadoria rural, o vice-presidente nacional de Relações Federativas do PSB e deputado federal João Campos destacou que o pagamento do benefício ao trabalhador do campo assume um papel de distribuição de renda e que as mudanças propostas pelo Governo afetam diretamente essa parcela da população. 

"A reforma da Previdência do jeito que está apresentada pelo Governo é muito cruel com o povo, com o nordestino e com quem mais precisa de um Estado justo e eficiente", afirmou Campos.

Depois de ter a constitucionalidade aceita na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a proposta agora será debatida na comissão especial, instalada na quinta-feira (25), que irá discutir a proposta na Câmara dos Deputados. O PSB deve indicar na próxima semana o nome dos seis deputados do partido (três titulares e três suplentes) que irão compor o colegiado da comissão.

João Campos afirma que será nessa etapa, e numa eventual ida a plenário, que a proposta poderá ser melhor debatida pela oposição, que buscará "reduzir os impactos" das mudanças na regulação previdenciária.

"Concordo que a gente deve construir uma melhoria do sistema previdenciário, até para corrigir privilégios que existem. O que não pode é o povo pobre pagar essa conta", afirmou Campos.

Dados

O deputado federal cearense Denis Bezerra afirmou que, diferente do que defende o Governo, a proposta não combate privilégios e irá penalizar as pessoas que ganham  até R$ 5.800. Ele ainda acusou o governo de "manobrar a população" através de publicações nas redes sociais e criticou a decisão do Governo de manter sigilo sobre os cálculos da reforma, expostos somente na quinta-feira (25), após aprovação na CCJ.

"Como a gente pode analisar esses dados se o Governo decreta sigilo?", argumentou o deputado. A proposta da reforma da Previdência irá tramitar, em até 40 sessões, na comissão especial da Câmara. Nas 10 primeiras sessões, os deputados poderão apresentar emendas ao texto.

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.