PMB quer dobrar número de vereadores no Ceará em 2020

A ideia é montar chapas com a mesma quantidade de homens e mulheres

Escrito por Wagner Mendes ,
Legenda: A presidente estadual do partido cobra conversa com o governador Camilo pelo apoio de 2018
Foto: Foto: Thiago Gadelha

A presidente estadual do Partido da Mulher Brasileira no Ceará, Eneylandia Rabelo, quer dobrar o número de vereadores no Ceará na eleição do próximo ano. Hoje com 47 parlamentares no Estado, a legenda pretende ainda eleger até cinco deles em Fortaleza — atualmente sem nenhum nome. 

A ideia é montar chapas com a mesma quantidade de homens e mulheres. Como o nome insinua, a legenda prioriza o protagonismo feminino. É presidido na instância nacional pela maranhense Suêd Haidar. Na Capital cearense, a dirigente responsável é a militante Cristiane Gomes. 

O partido, que se vende como de centro, estuda se fortalecer para a disputa do ano que vem e buscar musculatura própria. Os dirigentes reclamam que, apesar do apoio à reeleição do governador Camilo Santana, ainda não foram chamados para uma conversa desde o sucesso nas urnas. 

A instância nacional cobra candidaturas próprias no Estado para a construção do protagonismo sem depender da "velha política". "Por isso que estou aqui batendo desde cedo que tem que lançar candidatura própria. O partido não pode ficar a mercê das promessas de grupo, nós não fomos construídos assim, com esse sentimento de barganha. Se o cabra não cumpriu, não vai cumprir agora, não vai cumprir amanhã, muito menos depois. O partido tem que ter a sua musculatura própria", reclama a presidente nacional.

Os próximos passos da legenda 

"(A perda do) fundo partidário foi uma grande covardia que fizeram com o Partido da Mulher Brasileira porque aquele momento era de construção e a gente precisava de pagar pelo menos uma gasolina". O desabafo é da presidente nacional do PMB, Suêd Haidar. Sem representação na Câmara dos Deputados, a legenda ficou sem dinheiro público para as atividades em todo o Brasil. 

Legenda: A presidente nacional criticou a perda do fundo partidário
Foto: Foto: Thiago Gadelha

A minirreforma eleitoral, aprovada no Congresso Nacional em 2017, prevê que o recurso público seja direcionado a siglas que tenham atingido no último pleito o mínimo exigido, a chamada cláusula de barreira. Legendas teriam que eleger ao menos nove deputados federais na disputa de outubro do ano passado para receber o dinheiro. Com a mudança da legislação, os partidos pequenos, como o PMB, perderam dinheiro e espaço.

"Hoje entendo que tem que acabar com o Fundo Partidário porque a gente vai lutar de igual para igual, tanto o homem com direito a participar de um pleito eleitoral, como a mulher negra, a mulher branca, o homem rico, o homem pobre. E aí nós vamos disputar de igual para igual", defende a presidente.

Para Suêd, no entanto, as atividades diárias da sigla não irão mudar depois da perda do Fundo, apesar de acentuar as dificuldades. "Nós trabalhamos esse tempo todo sem dinheiro e chegamos até aqui", explica a dirigente. Ela conta que a estratégia principal do partido é construir as bases na base do diálogo como forma de ganhar musculatura independente para os próximos desafios. 

"Nosso planejamento é trabalhar com as nossas células, trabalhadas de bairro em bairro para estruturar as nossas zonais, para as zonais estruturarem as municipais e as municipais estruturarem as regionais. Nós tivemos homens e mulheres comprometidos em fazer política diferenciada nesse País, e por isso chegamos até aqui", diz.

Visita

Em visita ao Ceará para participar de homenagem do partido às lideranças femininas locais, a presidente nacional afirma que quer dobrar o número de vereadores no País, hoje com 218, na eleição municipal do ano que vem. O objetivo também é eleger 30 prefeitas (os) na disputa de 2020. Atualmente, o PMB possui quatro prefeitos.

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