PF confirma indiciamento da primeira-dama do Ceará por compra de votos

A investigação foi iniciada com a prisão em flagrante de Ana Quitéria, assessora da primeira-dama, dois dias antes da eleição (2 de outubro)

Escrito por Redação ,

A primeira-dama do Estado, Onélia Santana, foi indiciada pela Polícia Federal por compra de votos na eleição municipal deste ano em Barbalha, no Cariri. A denúncia também a inclui nos crimes de associação criminosa e ameaças a eleitores.

A informação foi divulgada nesta segunda-feira (12) pelo site da revista Época e confirmada pelo Diário do Nordeste através de uma fonte da PF. Segundo a investigação, Onélia teria atuado em benefício do candidato à Prefeitura de Barbalha, Fernando Santana (PT), que também foi indiciado. Ele foi assessor de gabinete do governador Camilo Santana.

Onélia enviou uma nota em que esclarece "que jamais participou de qualquer prática ilícita". Confira a nota na íntegra:

"A respeito da informação de indiciamento envolvendo meu nome em inquérito de suposta compra de votos na última eleição, em Barbalha, esclareço que jamais participei de qualquer prática ilícita, a qual repudio de forma veemente.

Tenho pautado minha vida pela correção nos atos e respeito às leis. Os últimos dois anos tenho dedicado todos os meus momentos, de forma voluntária e incansável, ao desenvolvimento de projetos sociais.
Um compromisso que assumi e que irei cumprir com muito zelo e dedicação".
 
Onélia Maria Leite de Santana

Porta-voz também é indiciado


Uma fonte da Polícia Federal também confirmou  o indiciamento do porta-voz do Governo do Estado, o jornalista Thiago Cafardo, e da assessora da primeira-dama, Ana Quitéria.

Em sua página no Facebook, Cafardo publicou uma nota em que afirma que recebeu com surpresa e indignação a notícia de que seu nome estaria entre os indiciados pela PF. No texto, o jornalista diz que se licenciou do governo, na época,  para colaborar com a campanha eleitoral e, por isso, foi i convocado pela PF para prestar esclarecimentos como testemunha.

"Recebi com surpresa e indignação as notícias de que meu nome estaria no rol de indiciados pela Polícia Federal em inquérito sobre suposta compra de votos no município de Barbalha. Como deixei publicamente registrado à época, licenciei-me do Governo do Estado durante uma semana para colaborar com a campanha eleitoral, amparado pela lei, como qualquer cidadão. Apenas por isso, fui convocado pela PF para prestar esclarecimentos como testemunha, o que fiz de imediato. Porém, afirmo de forma categórica que em nenhum momento, em toda minha carreira como jornalista - em redação ou em assessoria de imprensa-, incluindo o período em que estive no município, participei de quaisquer atos ilícitos. Confio que a Justiça esclarecerá esse lamentável equívoco e reconhecerá que não tenho nenhum envolvimento com este episódio", diz o texto.

Governador cancela presença em anúncio

O governador participaria hoje do anúncio do Plano de Sustentabilidade para o Desenvolvimento do Estado do Ceará, em solenidade no Palácio da Abolição, mas a presença dele no evento foi cancelada, segundo a assessoria de imprensa do Governo do Estado. 

Investigação

A investigação foi iniciada com a prisão em flagrante da assessora da primeira-dama, Ana Quitéria, em Juazeiro do Norte, dois dias antes da eleição (2 de outubro). Com ela, foram encontrados R$ 50 mil em dinheiro vivo, separados por envelopes, e material da campanha de Fernando Santana, derrotado no pleito. Ana Quitéria está entre os indiciados.

Segundo a PF, Onélia Santana e as pessoas ligadas a ela usariam o dinheiro para a compra de votos. Ainda segundo o órgão, a primeira-dama ameaçava os eleitores dizendo que, em caso de derrota, o Governo do Estado não enviaria dinheiro para o município de Barbalha.

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