'Não poderia ser ministro de pasta nenhuma', diz Maia sobre Weintraub

Maia também falou sobre a relação dos últimos meses de Bolsonaro com o Centrão, descartou a 'compra' do presidente aos colegas, mas acredita numa 'relação democrática' 

Escrito por Estadão Conteúdo ,
Legenda: Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia
Foto: Foto: Agência Brasil

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) declarou nesta sexta-feira (29), "homem com essa qualidade não poderia ser ministro de pasta nenhuma", se referindo a Weintraub, ministro da Educação. O deputado também falou sobre as negociações entre o presidente Jair Bolsonaro e integrantes de partidos que compõem o Centrão, Maia não configura uma "compra", mas uma "relação democrática entre as partes".

"Não acho que ele comprou o Centrão. Ele quer ter uma relação com os partidos que têm convergência ideológica e que resolveram fazer parte do governo" explicou Maia. As falas aconteceram em entrevista à revista IstoÉ, transmitida nas redes sociais do veículo.

As críticas de Maia contra Weintraub foram retomadas após o deputado afirmar que não falaria mais sobre o ministro, porque as declarações acabam fortalecendo o titular da Educação. "O homem que desrespeita a democracia não poderia estar em um governo que se diz democrático", afirmou.

Na entrevista, Maia também criticou Bolsonaro pelas "declarações duras" contra o Supremo Tribunal Federal (STF), uma resposta à operação da Polícia Federal (PF) autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, que integra a Corte e é relator do inquérito que apura ataques virtuais contra integrantes do Supremo. O deputado foi questionado sobre o motivo de ainda não ter ido ao Palácio do Planalto depois das falas de Bolsonaro.

"Depois dessas declarações precisamos tomar cuidado de como vamos organizar o diálogo. Ir ao Planalto parece algum tipo de apoio àquilo que ele falou e de forma nenhuma podemos apoiar algo que foi colocado de forma equivocada. Até a noite ele melhorou a comunicação e isso nos dá alguma tranquilidade", disse Maia.

Forças Armadas
Rodrigo Maia criticou a fala do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) sobre o Brasil estar se aproximando de uma "ruptura". Maia também afirmou que o artigo 142 da Constituição Federal, que define o papel das Forças Armadas, não permite que elas intervenham em qualquer conflito entre os poderes, como vem sendo defendido por bolsonaristas, e que, em um regime democrático, cabem às instituições e aos Poderes a garantia da própria democracia.

"Falam isso uso do artigo 142 para pedir intervenção desde a campanha. Não há nenhum jurista sério que defenda isso. As Forças Armadas garantem soberania. Quem garante a democracia são as instituições", explicou o presidente da Câmara.

Sobre a fala do filho do presidente, Maia entendeu que o deputado pronunciou "uma frase infeliz, absurda, mas muita bravata". "O Brasil tem instituições democráticas fortes, a sociedade não aceita nenhum tipo de ataque às instituições. Frases como essa precisam ser repelidas de forma muito contundente porque vão contra o que a maioria da sociedade brasileira quer, que é o nosso sistema democrático forte", afirmou.

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