"Não é a economia como um todo que está em crise", diz Cid Gomes em referência a bancos

O senador considera que, enquanto os prejuízos ficam para empreendedores e trabalhadores, bancos e o setor financeiro continuam lucrando

Escrito por Redação ,
Legenda: Cid Gomes participou do encontro de presidentes de câmaras municipais em Fortaleza.
Foto: Foto: José Leomar

O senador Cid Gomes (PDT) criticou, nesta segunda-feira (12), que, na crise econômica brasileira, há setores, como o dos bancos, que têm se beneficiado em detrimento de outros. O ex-governador participou, em Fortaleza, do I Encontro de Presidentes de Câmaras de 2019, e comentou ainda sobre as eleições municipais de 2020. 

“Os serviços, a indústria e o comércio estão em dificuldade e, todo o trimestre, quando anunciam os lucros dos bancos, eles batem recorde”, afirmou o parlamentar. Por isso, continua ele, “não é o País que está ruim”. 

Cid citou o lucro de pouco mais de R$ 20 bilhões dos quatro maiores bancos do país com ações negociadas na Bolsa - Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil - no último trimestre. O levantamento foi realizado pela empresa de informações financeiras Economatica, que considera os dados informados pelos bancos à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

“Quando um País está em crise, todos os setores da economia sofrem. Se tem um setor ganhando, não é a economia como um todo que está em crise. É um setor da economia que está se beneficiando em detrimento dos demais setores. O governo não vem exercendo o papel mediador ou, se vem exercendo, está há muitas décadas em benefício do setor financeiro, dos bancos”, critica o ex-governador. 

Saídas

A solução apontada por ele é “mudar a lógica econômica do país”. As reformas que tramitam no Congresso Nacional devem exercer importância dessa mudança. Enquanto considera a reforma tributária “necessária”, ele afirma ter objeções quando a da Previdência, que acaba de chegar ao Senado Federal. 

Senadores cearenses se posicionam sobre texto da Previdência

“Há uma voz determinante para que o Senado seja rápido aprove em 30 ou 45 dias a reforma que veio da Câmara. (Mas) Eu penso que a Casa não pode simplesmente balançar a cabeça para o que veio como proposta da Câmara”, ressalta. O relatório, sob responsabilidade de Tasso Jereissati (PSDB), deve “resumir o sentimento de que o Senado deve ter participação no processo”, projeta. 

Eleições municipais

Durante o evento, foi firmada parceria entre a União dos Vereadores do Ceará (UVC) e a Interlegis, órgão de capacitação do Senado, com o objetivo de modernizar os regimentos internos das casas legislativas dos municípios cearenses. Cid Gomes foi o articulador da parceria.

Questionado sobre as próximas eleições municipais, o senador descartou, novamente, a possibilidade de ser o candidato para a sucessão do prefeito Roberto Cláudio (PDT) - que continua evitando citar qualquer nome para a disputa ao Paço em 2020. Ele disse que a resposta continuará a mesma porque o cargo no Senado é “uma missão a cumprir e devo ficar por aí”. 

Nas eleições municipais, o nome do partido deve ser “uma pessoa nova, que inspire a continuidade que o Roberto fez de bem e que também possa, ao mesmo tempo, possa inspirar esperança e confiança para que o que não foi acertado, possa ser corrigido em uma futura gestão”, detalha o perfil que deve ser o do escolhido pela legenda.

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