Na Espanha, Jair Bolsonaro é eleito no segundo turno

Dos quase 20 mil cidadãos aptos a votar em Madri e em Barcelona, apenas 5713 compareceram às urnas um alto índice de abstenção, de quase 70% em todo o território espanhol

Escrito por Angélica Ramos (Colaboradora) ,

O candidato Jair Bolsonaro, do PSL, ganhou as eleições entre os brasileiros que votaram na Espanha. As seções no país europeu fecharam as portas às 17 horas e os resultados parciais foram divulgados uma hora depois, revelando que, de um total de 5.107 votos válidos, o candidato levou 2.796 votos contra os 2311 do candidato do PT, Fernando Haddad. Dos quase 20 mil cidadãos aptos a votar em Madri e em Barcelona, apenas 5713 compareceram às urnas um alto índice de abstenção, de quase 70% em todo o território espanhol.

A chuva que banhou Barcelona neste domingo não impediu os cidadãos brasileiros de comparecer ao Centro Cívico Parc Sandaru, local alugado pelo Consulado Brasileiro na cidade espanhola para instalação de 6 urnas eletrônicas. Segundo Bernardo de Oliveira e Silva, oficial de Chanceleria do Consulado Geral do Brasil na capital catalana, foram cadastradas em Barcelona 4.882 pessoas para votar nestas eleições presidenciais. Em Madri, o Consulado Brasileiro cadastrou outros 15 mil votantes.

Os eleitores brasileiros que vivem no territorio espanhol afirmam que nunca viveram com tanta intensidade umas eleições presidenciais. O músico carioca Danilo Pinheiro que trabalha há mais 30 anos em Barcelona revela que nunca se sentiu tão envolvido numa eleição como esta. “Diariamente recebo e mando mais 100 mensagens de WhatsApp e Facebook. Estou participando tanto que me transformei em cabo eleitoral, passo horas enviando informação sobre o meu candidato”, afirma o artista.

E é exatamente o uso das redes sociais que muda a percepção do eleitorado fora do Brasil. “Recebo tantas mensagens que a sensação que eu tenho é que eu ainda nem saí do País”, diz o gaúcho Ricardo Schuch que foi votar com chimarrão, e há mais de um ano faz mestrado em economia.

"A instantaneidade da informação somada a massificação das redes sociais oferecem essa sensação de que não estamos fora do Brasil", diz a jornalista pernambucana Andreia Rocha, que há 3 anos faz doutorado em Comunicação e Política na Espanha. E a polarização da sociedade brasileira nestas eleições presidenciais também é vivida pela comunidade que mora fora. "Estou ansioso. Meu irmão brigou comigo e até minha mãe diz que não tenho direito a votar pois vivo no estrangeiro. Tudo isso por que não votamos igual", desabafa o carioca Hugo Napoleão Nascimento que estuda Marketing Digital em Barcelona há 3 anos.

Conectados noite e dia com o Brasil, os cidadãos que moram no exterior experimentaram votar pela primeira vez com um título virtual. Para estas eleições, o TSE determinou o fim da emissão do documento em papel. Através do aplicativo e-titulo, os brasileiros tem no celular a versão digital do documento eleitoral. O investimento tem o objetivo de reduzir a burocracia, segundo TSE. Os votantes que não conseguiram utilizar o aplicativo, também poderam votar com o título antigo.

Votação no exterior

Os números oficias do TSE, Tribunal Superior Eleitoral revelam que são mais de 500.000 brasileiros que votam no exterior. Comparando com os mais 147 milhões de cidadãos que estão em territorio nacional, os números no estrangeiro não parecem decisivos no resultado final, mas a disputa acirrada deste segundo turno transformou o cenário tradicional do voto no exterior.

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