Mourão: conta do desastre de Brumadinho não pode ir para governo Bolsonaro

Segundo Mourão, pelo que foi informado, "o resíduo dessa barragem (Brumadinho) não é tão tóxico como aquele de Mariana"

Escrito por Estadão Conteúdo ,

O vice-presidente Hamilton Mourão, ao falar sobre a tragédia do rompimento da barragem da mineradora Vale na Mina Feijão, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, nesta sexta-feira, 25, declarou que "essa conta" não pode vir para o governo Bolsonaro. "Essa conta não pode vir para a gente. Não pode vir para o nosso governo porque nós assumimos faz 30 dias", afirmou o vice-presidente, ao ser questionado se o País não havia aprendido com o rompimento da barragem de Mariana, ocorrida em novembro de 2015.

Depois de ressaltar que "a Vale é uma empresa privada" e que "tem de apurar o que houve", o vice-presidente lembrou que "a barragem de Brumadinho era considerada a barragem de menor grau de risco". E emendou: "Então, tem de olhar o que é que houve ali". Depois de salientar que a prioridade é socorrer as vítimas e procurar os desaparecidos, Mourão avisou que, em seguida, é preciso "apurar as responsabilidades" da tragédia.

Para o vice-presidente, "a tragédia parece menor do que de Mariana, pelas características da barragem", mas ressalvou que "essa questão de você dizer se é menor ou maior é um troço complicado porque tem gente que morreu e toda vez que tem gente que morre, tem pessoas que estão envolvidas emocionalmente nisso aí".

Segundo Mourão, pelo que foi informado, "o resíduo dessa barragem (Brumadinho) não é tão tóxico como aquele de Mariana", mas salientou que ainda não há avaliações em relação ao número de mortos. "Vamos chegar a uma conclusão ainda sobre isso", comentou. O vice-presidente não comentou, mas os primeiros números que chegaram ao Planalto davam conta de 150 desaparecidos. Os bombeiros de Minas Gerais já falavam em 200 desaparecidos.

Mourão fez questão de destacar a agilidade do governo Bolsonaro para reagir ao desastre. "O governo já agiu com uma grande velocidade. Criou o gabinete de crise, despachou três ministros responsáveis pela área para lá", observou, acrescentando que o presidente Jair Bolsonaro vai à região atingida neste sábado de manhã. "O presidente vai lá amanhã e tudo aquilo que está ao nosso alcance está sendo feito. O próprio governo de Minas Gerais está tomando as suas providências. Agora, a primeira coisa a ser feita, é socorrer as pessoas que estão desabrigadas, tentar buscar as pessoas que estão desaparecidas, se for possível e depois, ver a apuração das responsabilidades", declarou.

Ao ser lembrado que, durante a campanha, o candidato Jair Bolsonaro fez muitas criticas à área do meio ambiente, Mourão respondeu dizendo que "as críticas que o presidente fazia eram em relação a licenciamentos que demoram e, às vezes, a uma visão um pouco mais ortodoxa do que vem a ser a defesa do meio ambiente".

De acordo com o vice-presidente, o que aconteceu em Brumadinho "é um desastre que abrange duas coisas: que atinge uma cidade e as pessoas que ali moravam e um desastre que atinge o ambiente como um todo. É isso que tem de ser olhado nesse momento".

O vice-presidente disse que não vai à região atingida pelo rompimento da barragem porque o presidente da República está indo. "Não vou. Quem vai é o presidente. Quando vai um, o outro fica. É o padrão". Sobre a possibilidade de liberar recursos para ajudar os atingidos e o Estado, Mourão disse que isso ainda será analisado mas que "é óbvio que, se houver necessidade, o governo, dentro das suas possibilidades, vai liberar recursos".

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