Ida de Sérgio Moro à Câmara e falta de acordo podem atrasar votação da reforma 

A leitura do voto complementar de Samuel Moreira (PSDB) está prevista para esta terça-feira (02), mas o evento ainda não foi registrado no site da Câmara

Escrito por Carol Curvello ,
Legenda: Moro foi convidado a pedido de quatro comissões da Câmara, a prestar esclarecimentos sobre as mensagens com os procuradores da Lava Jato divulgadas pelo site The Intercept
Foto: FOTO: Carolina Antunes/PR

Os trabalhos na comissão especial da reforma da Previdência nesta semana vão servir de termômetro para o Governo Federal avaliar o apoio dos deputados na votação da proposta no plenário da Câmara dos Deputados.

A leitura do voto complementar de Samuel Moreira (PSDB) está prevista para esta terça-feira (02), mas o evento ainda não foi registrado no site da Câmara. Segundo a secretaria da comissão especial, a reunião só será convocada após a reunião do Presidente da Câmara, Rodrigo Maia e os governadores agora pela manhã. A reunião foi convocada para fechar um acordo sobre a inclusão dos estados e municípios na reforma.

Maia tem afirmado que, mesmo diante das dificuldades, ele quer manter o calendário e aprovar a reforma no plenário da Câmara, antes do recesso que começa dia 18 de julho.

Nova versão da reforma da Previdência deve ser apresentada às 16h desta terça
 

A oposição já apresentou pelo menos cinco requerimentos pedindo a prorrogação da leitura do relatório marcada para hoje. Então, antes da leitura os pedidos terão que ser votados pelo colegiado.

O deputado José Guimarães (PT/CE) defende o adiamento da leitura sob o argumento de que os deputados irão acompanhar às declarações do ministro da Justiça, Sérgio Moro.

Moro foi convidado a pedido de quatro comissões da Câmara, a prestar esclarecimentos sobre as mensagens com os procuradores da Lava Jato divulgadas pelo site The Intercept. "Nesta terça os olhos estarão voltados para a vinda do Moro e teremos muito tempo para discutir a reforma", informou.

Guimarães adiantou também que a votação da reforma em Plenário deve ocorrer somente no segundo semestre. "Ainda tem muitos pontos da reforma que precisam ser alterados e a oposição já se posicionou contrária ao relatório apresentado", alegou.

Por outro lado, o deputado Heitor Freire (PSL) está confiante de que a reforma será votada antes do recesso. "Acredito que o relatório será lido hoje independente da pressão da oposição e o presidente tem como colocar em votação no plenário na semana que vem", disse. 

Sobre a vinda do Moro, o parlamentar informou que isso não deve impactar na reforma porque são dois assuntos distintos.  

"O Moro não tem nada a ver com a previdência, ele está como convidado e não foi nem convocado, então ele está vindo apenas esclarecer os pontos que estejam obscuros em relação as mensagens divulgadas. Moro foi vítima e aposição está tentando fazer mais uma manobra para travar a reforma", explicou. 

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