Grupo de candidatos ao Conselho Tutelar vai pedir anulação da eleição em Fortaleza

Comissão criada pelo Ministério Público para acompanhar o processo de escolha do Conselho Tutelar se reuniu na tarde desta terça para organizar avaliação de denúncias

Escrito por Jéssica Welma , jessica.welma@svm.com.br
Legenda: Eleições para o Conselho Tutelar no domingo receberam um série de denúncias de irregularidades.
Foto: Foto: Helene Santos

Candidatos ao Conselho Tutelar de Fortaleza que se sentiram prejudicados por problemas no dia da votação e pela série de irregularidades identificadas pelo Ministério Público do Estado (MPCE) vão pedir a anulação da eleição.

Eles se reuniram na manhã desta terça-feira (8) para juntar provas e decidir os próximos passos. Comissão formada pelo MPCE para acompanhar o processo de escolha dos conselheiros tutelares se reuniu na tarde de hoje para organizar a avaliação das denúncias recebidas.

A partir de quarta-feira (09), começa o prazo para recursos ao resultado da votação de domingo (6).

"Um voto define a eleição de um candidato, imagine milhares de votos? Foi um processo totalmente irregular, e o que nós queremos imediatamente é a anulação desse pleito", disse o conselheiro tutelar de Fortaleza, Rondinelle Mendes de Araújo, eleito suplente no pleito atual.

O grupo afirma que reuniu provas para embasar o pedido de anulação, principalmente depoimentos de eleitores que foram impedidos de votar. O pedido deverá ser protocolado no Ministério Público até quinta-feira, afirma Rondinelle.

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Além do pedido ao MPCE, eles vão entrar com um recurso administrativo junto ao Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente de Fortaleza (Comdica), que é o órgão responsável pro organizar as eleições.

Nesta tarde, uma comissão do Ministério Público com outros órgãos da sociedade civil se reuniu em Fortaleza para discutir as denúncias recebidas e as informações colhidas pela fiscalização no dia da eleição para o Conselho.

A promotora do Ministério Público que atua na fiscalização do Conselho Tutelar e no processo de escolha, Antônia Lima, descarta possibilidade de anulação do certame. Segundo ela, o foco da avaliação das irregularidades será na impugnação da candidatura de quem tiver violado as regras eleitorais.

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Problemas em outros estados

No Paraná, as eleições já foram suspensas na capital, Curitiba, e nas cidades de Campo Largo, Ivaí, Ivaté e Paranaguá. Segundo o Ministério Público do Paraná, a anulação em Curitiba ocorreu a partir de inconformidade na foto de candidatos em algumas urnas eletrônicas, indícios de violação do conteúdo dos votos de uma urna e violações nos envelopes com documentação em algumas seções.

Em São Paulo, o processo eleitoral foi impugnado nas regiões de Pirituba, Lajeado e Pinheiros, segundo a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania. Entre os problemas, estão o não comparecimento de mesários e disparidade entre números de candidatos nas urnas e no divulgado durante a preparação para as eleições. 

No Rio de Janeiro, ainda no domingo de votação, sete candidaturas ao Conselho Tutelar foram impugnadas por problemas como boca de urna e propaganda fora do prazo legal, segundo o Ministério Público.

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