Em tom mais moderado, Bolsonaro cita fala de diretor da OMS para defender preocupação com empregos

Ele também evitou a ataque aos governadores sobre as renovações de decretos que proíbem o funcionamento de serviços não essenciais durante a pandemia e pediu união entre os Poderes

Escrito por Alessandra Castro ,
Legenda: "Tá a todo vapor, semana que vem começa a pagar", assegurou Bolsonaro
Foto: Foto: Isac Nóbrega/PR

O presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) adotou um tom mais moderado nesta terça-feira (31) para falar sobre medidas do Governo Federal de enfrentamento ao coronavírus. No discurso, ele citou uma fala do diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, para defender sua preocupação com empregos.

"As medidas preventivas devem ser implementadas de forma racional e coordenada para preservar a população mais carente. Se fecharmos ou limitarmos movimentações, o que acontecerá com essas pessoas que têm que trabalhar todos os dias para ganhar o pão de cada dia. O diretor da OMS afirma ainda que, com relação a cada medida, temos que ver o que (elas) significam para os indivíduos na rua. Não me valio destas palavras para diminuir a importância do combate à pandemia, mas para mostrar que da mesma forma devemos pensar nos mais vulneráveis", ressaltou Bolsonaro.

A OMS, no entanto, informou que as falas não invibializam medidas de isolamento social para conter o avanço da Covid-19.

Nesse novo pronunciamento, Bolsonaro evitou atacar medidas adotadas por governadores e prefeitos, como a renovação de decretos que proíbem o funcionamento de serviços não essenciais durante a pandemia. Esse é o quarto discurso oficial do presidente à população sobre a doença, desde o dia 6 deste mês. Na última terça, em seu pronunciamento, ele pregou o retorno à normalidade e voltou a classificar as pandemia como "gripezinha" e "histeria".

No pronunciamento desta terça, no entanto, essas palavras não apareceram. Além disso, após embates com Legislativo, governadores e até judiciário por suas falas, Bolsonaro voltou a defender a união entre poderes num "grande pacto pelas vidas e por empregos, com parlamento, Judiciário, governadores, prefeitos e sociedade".

Ele também ressaltou medidas adotadas pelo Governo Federal para conter e minimizar os impactos da doença na sociedade. Dentre elas, novas concessões do Bolsa Família, que devem beneficiar mais de um milhão de famílias; aprovação do auxílio emergencia de R$ 600 para trabalhadores informais; ajuda financeira a estados e municípios; linhas de crédito para empresas manterem empregos durante a crise; habilitação de novos leitos e aquisição de equipamentos de proteção individual (EPI), respiradores e demais insumos necessário para a Saúde.

O presidente também citou a atuação da Forças Armadas, que irá reforçar o Ministério da Saúde na adoção de medidas de combate ao coronavírus. Ele ressaltou que um milhão de compromidos de cloroquina, utilizado em fase de teste em casos graves, está sendo produzido pelas Forças Armadas, bem como álcool em gel.

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