Em diplomação, Bolsonaro pede confiança e prega conciliação

Presidente eleito prometeu que vai governar para 210 milhões de brasileiros, sem distinção

Escrito por Redação ,

O presidente eleito, Jair Bolsonaro prometeu, nesta segunda-feira (10), em sua cerimônia de diplomação, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília, que vai governar o País “em benefício de todos, sem distinção de origem social, raça, sexo, cor, idade ou religião”. “A partir de 1º de janeiro, serei o presidente dos 210 milhões de brasileiros”, declarou o capitão da reserva do Exército.

A diplomação é o ato formal de confirmação de que os candidatos cumpriram todos os requisitos para exercer o mandato e poderão tomar posse. Os diplomas são assinados pela presidente do TSE, ministra Rosa Weber. No documento, constam nome do candidato, o partido ou a coligação pela qual concorreu e o cargo para o qual foi eleito.

No ato, durante o qual recebeu o “diploma” que o habilita a assumir a Presidência da República, após o exame de suas contas de campanha, Bolsonaro agradeceu “muito especialmente aos mais de 57 milhões de brasileiros” (55% dos eleitores) que votaram nele no segundo turno, em 28 de outubro, e garantindo-lhe a vitória sobre o petista Fernando Haddad (45%).

“Aos que não me apoiaram, peço a sua confiança para construirmos juntos um futuro melhor para o nosso País”, completou.Ao iniciar seu discurso, de cerca de dez minutos, Bolsonaro agradeceu “a Deus por estar vivo”, uma referência à facada no abdômen que levou durante comício em 6 de setembro em Juiz de Fora, Minas Gerais.

O presidente eleito, de 63 anos, ainda usa uma bolsa de colostomia, que deve ser retirada em janeiro. “Com humildade, coragem, perseverança e tendo fé em Deus para iluminar minhas decisões, me dedicarei ao objetivo que nos une: a construção de um Brasil próspero, justo, seguro e que ocupe o lugar que lhe cabe entre as grandes nações do mundo”, prosseguiu. “Não mais à corrupção, não mais à violência, não mais às mentiras, não mais à manipulação ideológica”, proclamou Bolsonaro, retomando alguns de seus principais temas de campanha.

“Todos conhecemos a pauta histórica das reivindicações da população brasileira: Segurança Pública e combate ao crime, igualdade de oportunidades com respeito ao mérito e ao esforço individual”, disse. “Sempre no marco da Constituição Federal, nosso dever é transformar esses anseios em realidade”, acrescentou.

TSE

Já a presidente do TSE, ministra Rosa Weber, fez um discurso contundente de proteção das minorias e dos direitos humanos durante a sessão de diplomação. A ministra destacou que a solenidade ocorre em data “emblemática”, quando se comemora o Dia dos Direitos Humanos, ressaltando que a vontade da maioria não pode “abafar” a opinião dos grupos minoritários.

“A democracia não se resume a escolhas periódicas por voto secreto e livre de governantes. É também exercício constante de diálogo e de tolerância, de mútua compreensão das diferenças, de sopesamento pacífico de ideias antagônicas. Sem que a vontade da maioria busque suprimir ou abafar a opinião dos grupos minoritários, e muito menos tolher ou comprometer os direitos constitucionalmente assegurados”, disse Rosa.

Em referência direta a Bolsonaro, a presidente do TSE destacou a fala do presidente eleito quando afirmou que a Constituição será o norte de seu governo. “Por isso, senhor presidente eleito, de inegável relevo o compromisso de vossa excelência de que o respeito pela supremacia da Constituição será o norte do governo”.

Grande parte da fala de Rosa foi voltada à defesa e reafirmação da proteção das minorias.“Todos os seres humanos nascem livres, iguais, sem distinção de raça, língua, crença, identidade de gênero e qualquer outra condição”.

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