Eleição suplementar em Tianguá registra pouco movimento de eleitores

A eleição suplementar para prefeito da cidade de Tianguá, no norte do Ceará, ocorreu com tranquilidade na manhã deste domingo (27). O terceiro pleito em apenas três anos parece não ter criado nos cidadãos o clima de disputa eleitoral, pelo que se viu da pequena movimentação nos três principais locais de votação, as escolas C.E.B. Prefeito João Nunes Menezes, Monsenhor Aguiar e Ester Menezes.

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-CE) convocou eleições suplementares para Tianguá e Irauçuba no último mês de setembro. Um novo pleito municipal também ocorre em Irauçuba neste domingo (27).

Em Tianguá, quatro chapas disputam o comando da Prefeitura: Zé Terceiro (prefeito) e João Antônio Beviláqua Alves (vice), pelo Patriota; Haroldo Aragão (prefeito) e Tiago Cunha Fontenele (vice), pelo PT; Valdeída do Jean (prefeita) e Fernando Alves de Menezes (vice), pela coligação composta por PDT e DEM; e Dr. Luiz (prefeito) e Alex Anderson Nunes da Costa (vice), pela coligação PSD, PSBD e PL.

Dr. Luiz foi o primeiro a votar, às 8h30, na Escola Regina Coelli. Já Valdeída Azevedo votou às 9h, na Escola Tancredo Nunes de Menezes, ao lado do marido, o ex-prefeito Jean Azevedo. O candidato Haroldo Guimarães, por sua vez, votou às 9h30 na Escola Gislaine Simões Campos. Zé Terceiro não divulgou local e horário de votação.

Ainda na manhã deste domingo, o juiz eleitoral Eduardo Braga avaliou a eleição como tranquila em comparação com a anterior.

Essa está muito mais calma, inclusive já visitamos algumas seções e está bem calma (a eleição). Não tivemos muitos incidentes até o momento, somente denúncias acerca de aglomerações de pessoas com vestimentas padronizadas, mas a Polícia já atuou nesses casos e fez a dispersão necessária", informou.

Histórico

Nos últimos três anos, a cidade teve quatro prefeitos: Dr. Luiz, Valdeci Vieira, José Jaydson e Cleber do Adautim. O primeiro deles, Luiz Menezes de Lima (PSD), foi eleito em 2016, mas em 2018 ele foi condenado por abuso de poder nas eleições de dez anos antes, com pena de inegibilidade. Assim, teve o mandado cassado. Valdeci Vieira, então presidente da Câmara Municipal, assumiu o cargo até eleições as suplementares que ocorreram em junho de 2018.

José Jaydson (PTB) ganhou aquele pleito suplementar, mas também teve o mandado cassado pelo TRE-CE no em setembro deste ano por abuso de poder econômico e político. Mais uma vez, o presidente da Câmara, desta vez Cleber de Adautim, assumiu a prefeitura interinamente até a escolha do novo gestor, que ocorre neste domingo.

Com essa sucessão de prefeitos em tão pouco tempo, alguns eleitores parecem estar reticentes quanto aos rumos da administração do município. Magela Teixeira, técnico em radiologia, por exemplo, acredita que o pouco movimento nas urnas se deve à desconfiança da população com relação aos políticos, reflexo do número de eleições que houve nos últimos anos. 

"Boto mais culpa na Justiça, porque se o povo está desconfiado, a Justiça tem que ser a primeira a esclarecer quem pode e quem não pode ser candidato", reclamou o eleitor. "Esse movimento está pouco por causa da desconfiança em relação aos candidatos. Muita gente já me falou que não vem votar, principalmente os idosos", afirmou, por sua vez, o comerciante Antônio Martins.