"É uma alma em desespero", diz presidente da OAB sobre Rodrigo Janot

Felipe Santa Cruz cumpre agenda em Fortaleza nesta terça-feira; Em visita ao Sistema Verdes Mares, ele repercutiu polêmica envolvendo o ex-procurador-geral

Escrito por Redação ,
Legenda: Felipe Santa Cruz cumpre agenda em Fortaleza nesta terça-feira
Foto: Divulgação

O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, disse que a confissão do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot de que planejou assassinar o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e suicidar-se, é um episódio da violência no País que "envenena as relações institucionais".

"É uma alma em desespero. Uma pessoa que fala uma coisa dessas merece esse cuidado de todos nós. Me preocupa porque incentiva a violência", disse Santa Cruz, em entrevista no Sistema Verdes Mares.

Com agenda em Fortaleza nesta terça (1º), Santa Cruz tem encontro marcado com o governador Camilo Santana (PT) e o presidente do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), desembargador Washington Araújo. Ele vai anunciar, ainda, o Ceará como sede da Conferência Nacional da Mulher Advogada 2020.

"Nossa sociedade já está muito violenta. Há limite sendo ultrapassado no debate público e familiar a todo momento. Quando se fala em tiros e homicídio no Supremo, infelizmente tem uma parte da opinião pública achando que isso é parte do debate, transformando isso em piada. Eu me preocupo muito com os limites do debate público no Brasil e da violência que vai envenenando as relações institucionais também", disse o presidente da OAB.

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Santa Cruz ressaltou também a ação do Conselho Federal da OAB no STF que pede que todos os membros de carreiras ligadas à administração da Justiça, especialmente membros do Ministério Público, da magistratura e da advocacia, sejam submetidos ao mesmo tratamento quanto à revista em aparelho detector de metais nos fóruns.

"O advogado e o cidadão são apartados num processo simbólico. O advogado chega com seu cliente e fica em um fila, o promotor passa direto. Ali há uma diminuição da cidadania", criticou o presidente.

Para ele, o episódio envolvendo Rodrigo Janot "é um exemplo concreto do que já estávamos discutindo".

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