Dois dos quatro suspeitos de invasão ao celular de Moro já haviam sido detidos juntos

Os mandados de prisão tiveram como alvos três homens e uma mulher nas cidades de Araraquara, São Paulo e Ribeirão Preto

Escrito por Redação ,
Legenda: Gustavo Elias Santos e Walter Delgatti Neto já haviam sido detidos juntos em 2015, dentro do Parque Beto Carrero World.
Foto: Fotos: Reprodução

Três das quatro pessoas presas pela Polícia Federal na terça-feira (23), suspeitas de envolvimento na invasão aos celulares do ministro da Justiça, Sergio Moro, tiveram a identidade revelada nesta quarta-feira (24).

Um homem e uma mulher foram presos na capital paulista, um segundo homem em Araraquara e um terceiro em Ribeirão Preto. Além das prisões, também foram executados sete mandados de busca e apreensão nas três cidades pela operação batizada de "Spoofing".

PF prende quatro suspeitos de hackear celular de Moro

DJ de Araraquara

Um dos presos é um DJ de Araraquara, Gustavo Elias Santos, de 28 anos, conhecido por tocar em festas na cidade. A companheira dele, Suellen Priscila de Oliveira, também foi detida. Ambos foram presos na capital São Paulo.

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, a prisão surpreendeu a família, que diz acreditar em um erro da investigação. 

O advogado do DJ e a esposa, Ariovaldo Moreira, disse que conhece o rapaz há anos e nunca soube de envolvimento dele com atividades hackres. 

De acordo com o portal G1, em 2013, Elias Santos foi preso por ter receptado uma caminhonete, modelo Hilux, avaliada em R$ 91 mil. Para circular, ele ainda adulterou as placas e o documento. Na casa dele, foram apreendidas munições calibre 38 e 735, além de simulacros de armas reais. Em 2015, ele foi julgado e condenado a cumprir seis anos e seis meses de reclusão em regime semiaberto. 

Amigos

O DJ é amigo de outro suspeito preso, Walter Delgatti Neto. Delgatti já foi filiado ao DEM, tem 30 anos e responde a processos de estelionato. 

Santos e Delgatti, em 2015, foram detidos dentro do Parque Beto Carrero World, em Santa Catarina. Santos foi ouvido e liberado, mas Delgatti foi preso por falsidade ideológica. Na época, apresentou uma carteira vermelha com as inscrições da Polícia Civil e, dentro do carro, levava arma e munições. 

Em 2012, Delgatti se hospedou em um hotel em Piracicaba e pagou a conta de R$ 740 com o cartão de crédito de um homem de 75 anos. Três anos depois, foi condenado a um ano de prisão em regime aberto. 

Conforme o portal G1, em fevereiro de 2018, ele foi condenado a um ano e dois meses de prisão em regime semiaberto por um estelionato cometido em março de 2015. Ele usou um cartão bancário furtado de um escritório de advocacia e fez uma série de compras, entre elas poltrona, cabeceira de cama, além de roupa de cama. 

Em abril de 2017, foi preso por tráfico de drogas e falsificação de documentos. Delgatti foi apreendido com comprimidos de um medicamento com venda proibida, além de uma carteirinha de estudante de medicina da USP, com foto dele e dados pessoais de outra pessoa. Também foi condenado a dois anos por falsificação e tráfico. 

Um quarto suspeito, preso em Ribeirão Preto, ainda não teve informações pessoais divulgadas.

Vazamentos
A investigação da Polícia Federal foi batizada de "Spoofing", segundo o órgão, em referência a uma "falsificação tecnológica que procura enganar uma rede ou uma pessoa, fazendo-a acreditar que a fonte de uma informação é confiável quando, na realidade, não é".

A PF ainda não afirmou se a operação e o grupo investigado em São Paulo tem ligação com o pacote ce mensagens dos procuradores da Lava Jato obtido e divulgado pelo site The Intercept Brasil

Também não há confirmação se os quatro são responsáveis pelos vários outros hacks de juízes, procuradores, políticos e jornalistas, incluindo os mais recentes, da deputada federal Joice Hasselmann e do ministro da Economia, Paulo Guedes. 
 

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