Deputados federais do Podemos anunciam apoio a Bolsonaro

Onyx Lorenzoni (DEM-RS), articulador político da campanha, descartou que presidenciável participe de debate

Escrito por Agência Brasil ,

Um grupo de 11 deputados federais do Podemos declarou apoio ao candidato Jair Bolsonaro (PSL) nesta terça-feira (16). Oficialmente, o partido, que concorreu com Alvaro Dias no primeiro turno, declarou-se neutro no segundo turno da eleição presidencial, mas os filiados estão liberados para apoiar um dos presidenciáveis. 

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“Não estou falando em nome do partido Podemos, mas em nome de uma parte significativa da bancada de deputados eleitos e reeleitos, que resolveram optar pelo apoio ao presidenciável Jair Bolsonaro”, afirmou o porta-voz do grupo de parlamentares, deputado Aluisio Mendes (Pode - MA).

Atualmente, a sigla, que reúne 17 parlamentares, terá a bancada reduzida para 11 integrantes em 2019 após as eleições deste ano.  “Dos deputados eleitos, sete já manifestaram interesse em apoiar o candidato Bolsonaro”, completou.

De acordo com o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS), um dos principais articuladores da campanha do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) e cotado para assumir a Casa Civil caso o candidato seja eleito, com a adesão do Podemos, a bancada de apoio na Câmara dos Deputados alcança 310 deputados. O cálculo, no entanto, ainda não considera a nova composição eleita no início deste mês. 

Questionado se conciliaria a função de chefe da Casa Civil com a articulação política de governo, Lorenzoni não confirmou a possível atribuição. 

“Eu sou um colaborador de primeira hora do deputado Jair Messias Bolsonaro, vou cumprir a missão que ele me determinar, se for eleito”, disse. “Só depois disso é que vamos tratar de governo, espaço”, concluiu. 

Participação em debates

Onyx Lorenzoni descartou a necessidade de participação de Bolsonaro em debates no segundo turno. Para o deputado, “debate não resolve mais eleição”. 

“Está todo mundo aqui [afirmando], desumanamente, que um cidadão que escapou da morte e já fez dois procedimentos cirúrgicos tem de ir a debate televisivo que não resolve nada. Acabou. O jeito normal de se fazer política no Brasil, televisão, partido, palanque estadual, dinheiro e debate televiso acabou”, disse. Apesar da declaração, o deputado afirmou que a decisão será tomada pelos médicos do candidato.

Economia

Bolsonaro (PSL) disse hoje (16) que não haverá  “cavalo de pau” na economia no primeiro ano de seu governo, caso seja eleito. A declaração foi dada à Rede SBT ao ser indagado sobre o que fará para diminuir o número de cerca de 13 milhões de desempregados no país. “Não tem resposta imediata. Nós temos de facilitar a vida de quem produz para [que possa] dar emprego”, avaliou o candidato. Bolsonaro considera a carga tributária muito alta tanto para pobres, como para ricos e descartou o aumento de impostos.

“Se você aumentar a carga tributária por aqui - como a França fez no governo anterior e o capital foi para a Rússia -, o capital vai fugir daqui”, comparou.

Ainda no campo da economia, Bolsonaro afirmou que o Banco Central terá autonomia para gerir a taxa de juros e que o câmbio permanecerá flutuante. Bolsonaro, mais uma vez, descartou a Reforma da Previdência proposta pelo governo Temer. “Não podemos penalizar que tem direito adquirido. O próprio servidor público já sofreu com duas reformas previdenciárias”, disse, acrescentando que não vê possibilidade de igualar a reforma da Previdência dos militares. “Nós não temos fundo de garantia, direito à greve, hora extra e nem repouso remunerado. A bem da verdade o militar trabalha 45 anos”, completou.

Bolsonaro, no âmbito de cortes de gastos, reafirmou que pretende privatizar, de imediato "50 estatais criadas pelo PT", mas voltou a dizer que não pretende vender as empresas nacionais que considera estratégicas.

O candidato revelou mais uma vez a sua simpatia pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância da Justiça. Quando perguntado qual seria o perfil dos juízes que, como eventual presidente da República, teria direito a indicar para o Supremo Tribunal Federal (STF),  declarou que o perfil seria como o do juiz Moro. “O trabalho que o Moro fez tem de ser reconhecido por um governo sério”, afirmou.

Em relação à Lava-Jato, ele disse que a Polícia Federal tem de ter autonomia e mais recursos para trabalhar, mas que “aqueles pequenos senões de alguma politização da PF têm de deixar de existir”.

O candidato do PSL voltou a dizer que pretende governar com 15 ministros. Três já são conhecidos: Paulo Guedes, para Economia; Onyx Lorenzoni, na Casa Civil; e o general Augusto Heleno, na Defesa. E não descartou a participação de mais militares em outras pastas, citando o tenente-coronel da Aeronáutica e astronauta Marcos Pontes, cotado para a Ciência e Tecnologia.

“Temos nomes que vão surpreender a sociedade positivamente, com toda a certeza”, disse. No fim da entrevista, ele negou os "rótulos" que são atribuídos a ele. "Não sou nada disso", afirmou. 

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