Deputados cearenses avaliam próximos passos de discussão sobre reforma da Previdência

A Casa deve votar, hoje, destaques ao texto-base que podem "desidratar" a proposta original do Governo

Escrito por Carol Curvello ,
Legenda: A inclusão dos estados e municípios não deve voltar à pauta do Plenário, a definição sobre o assunto ficará como responsabilidade do Senado
Foto: Foto: Divulgação

A Câmara dos Deputado retoma hoje a votação dos destaques da reforma da Previdência, logo após uma vitória simbólica para o Governo Federal que teve o texto base aprovado por 379 votos e 131 contrários.

Apesar de uma emenda já ter sido rejeitada ontem, ainda faltam destaques que podem alterar pontos do texto da reforma. Esse número pode sofrer alterações caso sejam retirados ou se tratarem de propostas similares. 

Previdência: Câmara retoma discussão sobre destaques em texto nesta quinta (11) 

Como se trata de PEC, para que um destaque consiga alterar o texto do relator, é preciso que obtenha, no mínimo, 308 votos. 

De acordo com o deputado José Guimarães (PT), a oposição vai defender até o último momento a aprovação dos nove destaques que foram apresentados para “amenizar os danos” da reforma.  

“Hoje vamos vencer nos destaques dos professores, dos policiais, pensão por morte para as mulheres e a diminuição dos 100% de pedágio para ter direito a aposentadoria. Será uma redução forte de danos”, declarou o petista.

Guimarães informou que o texto aprovado será “depauperado”, afirmando ainda que os deputados que votaram a favor da proposta “vão pagar um preço muito alto” em suas bases eleitorais. 

Na avaliação do deputado Heitor Freire (PSL), a vitória foi simbólica e o texto base não sofrerá grandes alterações. Segundo o parlamentar, o único destaque que o PSL deve defender de fato é o da categoria dos policiais.  

“Todos os destaques serão analisados de forma responsável, mas só tem um que o PSL irá defender por uma questão de justiça, que é a emenda aglutinativa que fortalece os policiais”, explicou. 

Em relação a aposentadoria dos professores, Heitor disse que o texto aprovado não é injusto a classe docente e a educação está sendo valorizada.  

“O que o ministro Paulo Guedes e o presidente Bolsonaro disserem eu estarei seguindo e apoiando”, alegou Heitor Freire. 

Em contrapartida, o deputado Idilvan Alencar (PDT) lamentou a aprovação da proposta que em sua avaliação prejudica os professores.  

O pedetista salientou que a reforma tira direitos do professor e torna a carreira menos atrativa ainda. Por isso, o parlamentar pretende defender o destaque n° 43 que ameniza as regras da proposta. 

“Esse destaque visa diminuir em três anos o tempo de aposentadoria do professor e da professora, então estamos trabalhando para aprovar e esperamos um mínimo de sensibilidade com os docentes”, explicou Idilvan. 

Para Eduardo Bismark (PDT), a prioridade tem que ser o destaque que trata da pensão das mulheres “para que elas não recebam menos de um salário mínimo”. No entanto, ele avalia que os outros destaques por categoria não devem ser aprovados.

“Não é só porque uma categoria tem uma força política maior que vão ter um benefício melhor”, destacou Bismarck.  

O parlamentar defende a necessidade de dar atenção aos professores e policiais, mas com ressalvas. “Se o espírito era cortar na carne de cada um, então cada um vai ter que ceder um pouquinho”. 

A inclusão dos estados e municípios não deve voltar à pauta do Plenário, a definição sobre o assunto ficará como responsabilidade do Senado. 

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