Damares diz que governo irá ensinar meninos a levar flores e a abrir porta do carro para mulheres

A ministra participou de evento conjunto com o ministério da Justiça, no qual assinou acordo de cooperação técnica para combater a violência doméstica no Brasil

Escrito por Redação ,
Legenda: A ministra Damares Alves afirmou que as mulheres "são iguais em oportunidades e direitos, mas diferentes fisicamente e precisam ser amadas"
Foto: Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A ministra da Mulher, da Família e da Cidadania, Damares Alves, disse nesta sexta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, que o governo do presidente Jair Bolsonaro vai ensinar meninos a levar flores e a abrir porta do carro para as mulheres. Com informações do portal UOL.

A declaração foi feita durante evento conjunto com o ministério da Justiça, no qual Damares e o ministro Sérgio Moro assinaram um acordo de cooperação técnica para intensificar o combate à violência doméstica e familiar contra a mulher.

"Nós vamos dizer que elas são iguais em oportunidades e direitos, mas diferentes fisicamente e precisam ser amadas. Vamos ensinar os meninos a levarem floras para as meninas, por que não? A abrir porta do carro para uma mulher, por que não?", disse a ministra.

A ministra ainda relacionou partes das agressões sofridas pelas mulheres à uma suposta ideologia que, segundo Damares, coloca a mulher como igual ao homem.

"Os meninos vão ter que entender que as meninas são iguais em direitos e oportunidades, mas são diferentes por serem mulheres e precisam ser amadas e respeitadas como mulheres. Enquanto nossos meninos acharem que menino é igual a menina, como se pregou no passado, algumas ideologias...já que a menina é igual, ela aguenta apanhar", afirmou.

A ministra disse que o governo precisa ir às escolas se quiser reduzir os índices de violência doméstica no país.

Proposta contra violência doméstica

A proposta do governo federal, segundo Sérgio Moro, é “incrementar” a utilização de tornozeleiras eletrônicas e de outros tipos de dispositivo – como o chamado botão de pânico que, ao ser acionado, envia uma mensagem com a localização da pessoa para agentes de segurança.

“A violência doméstica, não preciso dizer, todos sabem, é um grande problema. É um ato de covardia e isso tem que ser coibido. Uma das formas de coibir isso é através de mecanismos tecnológicos. Nós já os temos no Brasil, mas o uso precisa ser mais disseminado”, destacou, ao citar a queda no percentual de utilização das tornozeleiras no Brasil entre 2016 e 2017.

De acordo com o ministro, das cerca de 51 mil tornozeleiras eletrônicas disponíveis no país, apenas 2,83% estão sendo utilizadas para combater esse tipo de crime. “As tornozeleiras já existem, mas estão sendo utilizadas mais frequentemente em outras situações do que para prevenir a violência doméstica”.

Questionado se haverá compra de novas tornozeleiras ou se tornozeleiras utilizadas em outros crimes serão redirecionadas para o combate à violência doméstica, Moro disse que “todas as hipóteses são possíveis”.

Ligue 180

Os ministérios agora têm 30 dias para assinar um plano de trabalho que vai detalhar metas, cronograma e atribuições de responsabilidade de cada órgão e de instituições parceiras. O início da coleta de dados pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública deve ocorrer no prazo de até 15 dias, a contar da publicação do documento. O acordo de cooperação técnica terá duração de 24 meses.

Dados do Ligue 180 (Central de Atendimento à Mulher) divulgados durante a assinatura do acordo revelam que 17.836 denúncias foram registradas até o último dia 26 – um aumento de cerca de 36% em relação ao mesmo período do ano passado. Os números, de acordo com o governo federal, são alusivos a casos como cárcere privado, feminicídio, trabalho escravo, tráfico de mulheres e violência física, moral, obstétrica e sexual.

“Infelizmente, nesta nação, os números ainda nos assustam”, disse Damares, ao apresentar o balanço. “No quesito violência contra a mulher, a gente se assusta cada vez que faz um levantamento”, completou, ao afirmar que é preciso avançar no combate à violência doméstica.

Campanha

A ministra lançou a campanha Salve uma Mulher, voltada para profissionais como cabeleireiros, manicures, maquiadores e outros capazes de identificar sinais de violência contra a mulher. A ideia, segundo ela, é enfrentar a violência contra o público feminino por meio de ações que visem conscientizar para a responsabilidade de todos – em especial, profissionais que lidem com as mulheres todos os dias, como no campo da beleza.

“Eles poderão orientar suas clientes, considerando essa relação que, muitas vezes, é de confiança. Todos os casos de agressões devem ser denunciados”, concluiu Damares. Com informações da Agência Brasil.

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