Coordenador da campanha de Camilo cobra fidelidade de aliados no voto ao Senado

Em entrevista ao Diário do Nordeste, dirigentes estaduais de PT e PDT admitiram que os filiados estão livres para votar em qualquer candidato ao Senado, gerando turbulência na coligação governista

Escrito por Redação ,
Coordenador da campanha do governador Camilo Santana à reeleição, o petista Nelson Martins demonstrou preocupação com a afirmação de membros do PT e do PDT sobre a liberação de filiados para votar em qualquer nome para segunda vaga ao Senado. A orientação na coligação governista, diz ele, é apoio às candidaturas de Cid Gomes (PDT) e Eunício Oliveira (MDB), pois são os únicos aliados que defendem um projeto de Governo.  
 
“Esperamos que os partidos sigam essa orientação. Não tem sentido votar em outro candidato que não faça parte desse projeto, e o senador Eunício faz parte desse projeto. Ele declarou voto no Lula e também no Haddad. Também não teria nenhum problema em votar no Ciro no segundo turno”, destacou Nelson.

O coordenador sinalizou que o aliado que não votar nos nomes defendidos pelo governador Camilo Santana estará, automaticamente, fortalecendo outro projeto de Governo. “Estamos fazendo a campanha dos três majoritários: Camilo, Cid e Eunício. Entendemos que isso é para o bem do Ceará. Hoje, não votar assim acaba fortalecendo outro projeto que não é o nosso”, afirmou.
  
Em entrevista ao Diário do Nordeste, na última quinta-feira, dia 27, o presidente interino do PT, Moisés Braz, afirmou que o partido está liberado para votar em qualquer um dos candidatos a senador na segunda vaga.  Braz admitiu que há petistas apoiando nomes do PSOL, informação confirmada pelo deputado Elmano de Freitas. O dirigente afirmou, entretanto, que parte dos filiados votará em Eunício.
 
. Sem apoio oficial para 2ª vaga, PT e PDT liberam filiados no CE
 
As informações dadas por petistas e pedetistas não agradaram a cúpula governista, que trabalha para fortalecer a aliança em torno do nome de Eunício Oliveira.  
 
André Figueiredo, que preside o PDT do Ceará, afirmou o mesmo. Disse, inclusive, que existem pedetistas que apoiarão, dentre os nomes colocados, Eduardo Girão (PROS) e Ana Karina (PSOL), que fazem oposição à gestão de Camilo.  Outros pedetistas chegaram a dizer que Eduardo Girão (PROS) poderia ser um nome aceito pela chapa, não fosse a aliança que fez com Capitão Wagner (PROS), principal opositor da atual gestão.
  
“O Eduardo Girão disse que era eleitor do Bolsonaro. O projeto do Camilo tem ligação com o Ciro e com o Haddad. É um projeto totalmente oposto ao do Bolsonaro. Votar hoje em outro senador que não seja Eunício ou Cid é votar contra nosso projeto”, apontou Nelson Martins. 

Divisão
 
Membro do MDB do Ceará, o deputado Leonardo Araújo contestou a afirmação do presidente interino do PT, Moisés Braz, e disse que não há liberação para o segundo voto ao senado por parte da legenda. "O PT do (deputado José Nobre) Guimarães, o PT do governador Camilo está trabalhando e fortalecendo a campanha em nome do Eunício", assegurou.  
 
Quanto ao PDT, ele reconhece que a ala “mais cirista” não vota no senador emedebista, mas acredita que a maioria deve apostar no voto em Eunício.
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