Confusão entre vereadores interrompe sessão sobre a CPI em Caucaia

Os ânimos ficaram acirrados quando Enéas subiu o tom e chamou o colega de “mercenário”. Jorge Luís então se levantou da mesa e teve início uma confusão que por pouco não acabou em agressões físicas

Escrito por Redação ,
Foto: Reprodução

A primeira sessão para debater a composição da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instaurada em 12 de setembro, que vai apurar irregularidades a partir da decretação de “Estado de Emergênca Administriva” pelo prefeito de Caucaia, Naumi Amorim (PSD), teve que ser encerrada antes do tempo após confusão entre os vereadores Jorge Luís (PROS), relator da Comissão, e Enéas Goes (PTC), aliado do prefeito que assume a presidência da Casa em janeiro. 

Os vereadores solicitaram à prefeitura informações sobre todos os contratos firmados pela Secretaria da Saúde, sobre os quase 150 assessores jurídicos contratados pelo prefeito durante a vigência do decreto e também a respeito dos contratos de fornecimento de gêneros alimentícios para todas as secretarias municipais.

Vereadores da base e da oposição discutiam nesta segunda-feira (7) sobre a composição da CPI, que tem maioria de opositores da gestão, quando o clima esquentou. Os ânimos ficaram acirrados quando Enéas subiu o tom e chamou o colega de “mercenário”. Jorge Luís então se levantou da mesa e teve início uma confusão que por pouco não acabou em agressões físicas.

Após o encerramento da sessão, feito pela presidente da CPI, Emília Pessoa (PSDB), o vereador Jorge Luís comentou sobre a confusão.“Infelizmente quando a gente quer fazer o nosso papel de vereador, que é trazer a verdade, trazer à tona para a população, a gente escuta dos vereadores da base aliada do prefeito, que de todas as formas está tentando que essa CPI não vá à frente, esses xingamentos. E aí os nervos sobem e vem esse tumulto todo”, disse.

Já Enéas Goes, justificou o descontrole pela maneira como a CPI vem sendo conduzida. Ele está entre os integrantes da Comissão, mas a oposição conta com maioria de quatro vereadores a três, incluindo o relator e a presidente. “Foi feita uma eleição só com quatro vereadores, e são os mesmos quatro que participam da Mesa. Nós queremos uma coisa clara para o povo, e, enquanto tiver isso, eu acredito que essa CPI só é mais um palanque político”, criticou. Quanto às ofensas, afirmou que, em outras oportunidades, Jorge Luís já se referiu a aliados do prefeito como “cachorrinhos”, afirmou ele, que em janeiro assume a presidência da Câmara após ter sido eleito no último dia 26 de setembro.

Emília Pessoa, presidente da CPI, afirma que a composição da Comissão Parlamentar de Inquérito respeitou o prazo estabelecido pela pela Mesa Diretora para que os partidos proporcionalmente mais representados indicassem seus membros. “Lamentamos a falta de postura de alguns colegas que ainda rebatem o fato de não fazer parte dos membros da CPI, mas eu quero dizer que a presidência da Casa acolheu todas as pessoas que foram indicadas através de ofício em tempo hábil. Apenas sete vereadores cumpriram com o prazo, os outros não cumpriram e hoje recorrem à Justiça, e até agora não existe nenhuma decisão que contrarie a escolha da Câmara”, explicou.

Estado de Emergência

A Comissão Parlamentar de Inquérito em Caucaia está investigando irregularidades a partir da decretação supostamente artifcial do "Estado de Emergência Administrativa" no município. O decreto foi assinado em janeiro de 2017 pelo prefeito Naumi Amorim e possibilitou diversas contratações com dispensa de licitação feita pelo Executivo municipal. A justificativa da prefeitura é que o decreto foi necessário para atender à demanda da população por serviços. 

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