Com plenário esvaziado, discursos conservadores deixam projetos em segundo plano na AL

Passado o primeiro turno das eleições, deputados estaduais ainda não começaram a debater matérias importantes como a Lei Orçamentária Anual. Os poucos que compareceram pautam discursos em temas moralistas

Escrito por Kilvia Muniz ,

A eleição para a escolha dos novos deputados que vão compor a Assembleia Legislativa do Ceará no ano que vem já foi concluída mas, na Casa, o clima ainda é de expectativa eleitoral. É que passado o primeiro turno - e exceto por votações de mensagens urgentes do Governo do Estado, como a da parceria entre o Porto do Pecém e o de Roterdã, na Holanda -, as sessões estão esvaziadas e, na tribuna, prevalecem discursos de cunho conservador que pautam este segundo turno da corrida presidencial. 

Enquanto no painel o registro de presenças chegou a 27, no plenário, menos de 10 deputados estaduais compareceram à sessão ordinária. Para Walter Cavalcante (MDB), isso aconteceu porque “muitos deputados estão despachando nos gabinetes”. Mas, nos gabinetes da Casa, muitas portas estavam  fechadas.

Na tribuna, os poucos deputados que discursaram pautaram suas falas no debate presidencial e em temas conservadores. Silvana Oliveira (PR) declarou voto no candidato do PSL. “Não vejo Bolsonaro como salvador, meu salvador é Jesus. Mas não quero ver a esquerda voltar ao poder”, afirmou.  

A deputada voltou, ainda, a defender o combate ao feminismo e a importância de “proteger a família” e “as crianças” de discussões sobre gênero e sexualidade nas escolas. Foi seguida de Ely Aguiar (PSDC), que reforçou o apoio, também, ao capitão reformado e às pautas conservadoras. Fernando Hugo (PP) foi outro orador que endossou pautas moralistas como bandeira de luta parlamentar. Apenas Renato Roseno, do PSOL, foi na contramão dos temas, optando basear sua fala na “defesa da democracia”. 

Segundo plano

Se no plenário prevalecem as discussões influenciadas pelo cenário nacional, pautas locais vão sendo adiadas. Desde o último dia 16 de outubro começou a tramitar na Assembleia o Projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA), que estima receita e fixa despesa para o exercício financeiro do Estado de 2019. O projeto estima R$ 28,3 bilhões de reais e está na Comissão de Orçamento, Finanças e Tributação aguardando apreciação. 

“Serão realizadas algumas audiências públicas para estabelecer os prazos de emendas para que a gente possa votar antes do recesso”, explica o líder do governo Evandro Leitão (PDT).  

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