Bolsonaro planeja primeira viagem estratégica ao Nordeste

Região de maior resistência ao Governo Federal, a estratégia do presidente é implementar ações para reverter as resistências. O Ceará está nos planos, mas ainda não há previsão de data para a visita do presidente

Escrito por Redação ,
Legenda: Presidente vai intensificar as viagens pela região
Foto: Foto: Divulgação

Depois de quase seis meses de ter assumido o mandato, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) decidiu fazer uma ofensiva no Nordeste, território quase todo comandado por governadores da oposição. O primeiro Estado escolhido foi Pernambuco. A agenda é para entregar casas populares e anunciar mais verbas para obras de infraestrutura. É nessa região que o presidente registra as piores avaliações - para 40% dos nordestinos, o governo é ruim ou péssimo, conforme o Ibope.

O roteiro tomará toda a sexta-feira (24). Em Petrolina (PE), Bolsonaro vai entregar um conjunto habitacional do programa Minha Casa Minha Vida. Em Recife (PE), deverá anunciar um acréscimo de R$ 2,1 bilhões ao Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste, a ser usado em obras de infraestrutura. Ao todo, o fundo passará a ter R$ 25,8 bilhões em 2019.

Oficialmente, a viagem marcará o lançamento do Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste (PRDNE), elaborado pela primeira vez, no âmbito da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). O presidente vai se reunir, no Instituto Ricardo Brennand, complexo cultural da capital pernambucana, com 11 governadores. Todos da região confirmaram presença - Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Além deles, irão os governadores de Minas Gerais e Espírito Santo, abrangendo parte do Sudene. Parlamentares nordestinos, que cobravam a ida do presidente à região, também estão sendo convidados.

Na primeira entrevista após assumir o cargo, Bolsonaro disse que os governadores nordestinos não deveriam pedir dinheiro a ele. "Não venham pedir nada para mim, porque não sou presidente. O presidente está lá em Curitiba", disse ele, em referência ao ex-presidente Lula. 

Bolsonaro, porém, argumentou que não abriria uma guerra política para não prejudicar os eleitores. "Não posso fazer uma guerra com governador do Nordeste atrapalhando a população. O homem mais sofrido do Brasil está na Região Nordeste. Vamos mergulhar para resolver muitos problemas do Nordeste."

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