Após embates sobre projeto para Maracanaú, Ministério da Justiça diz que cidades não foram definidas

A notícia de que o município da Região Metropolitana de Fortaleza deixaria de fazer parte do Plano Nacional de Enfrentamento aos Crimes Violentos abriu enfrentamento, nos últimos dias, entre o Governo do Estado e o Governo Federal

Escrito por Letícia Lima ,

Após embate público entre o secretário Nacional de Segurança Pública, General Guilherme Theophilo, e o titular da Secretaria de Segurança Pública do Estado, André Costa, sobre a exclusão de Maracanaú de um programa federal de combate à violência, o Ministério da Justiça informou ao Diário do Nordeste, em nota, que os municípios para implementação do projeto ainda não foram definidos. 

No início do mês de março, a cidade de Maracanaú foi anunciada como uma das cinco escolhidas no País para receber o Plano Nacional de Enfrentamento aos Crimes Violentos, que deve executar ações em diversas áreas em um município de cada região. No dia 12 de março, o secretário-adjunto de Theophilo, Brigadeiro Riomar, veio ao Ceará para apresentar o projeto à cúpula da Segurança no Estado. 

No entanto, General Theophilo informou, durante evento em Fortaleza, no último sábado (30), que Maracanaú não receberá mais o projeto por "falta de apoio" do governador Camilo Santana (PT), sem detalhar o que faltou. No lugar do município cearense, segundo o secretário, o projeto foi remanejado para Paulista, município de Pernambuco.

André Costa rebateu, acusando o general de mentir e criticando a ausência de critérios técnicos na elaboração do projeto. Ao ser procurado para detalhar o programa, o Ministério da Justiça informou apenas que a iniciativa está "em elaboração e planejamento" e que as cidades ainda não foram definidas.

Repercussões

A troca de farpas entre os secretários de segurança provocou embates na Assembleia Legislativa, na sessão de terça-feira (2), por parte de aliados e opositores ao governador Camilo Santana (PT). O líder do Governo na Casa, Júlio César Filho (PPS), atribuiu a culpa ao General Theophilo pela exclusão do Ceará do projeto e levantou suspeitas sobre a condução "política" do projeto.

A deputada Fernanda Pessoa (PSDB), adversária política de Júlio Cesar em Maracanaú, negou o uso de critérios políticos para a escolha do município. Próxima ao General Theophilo, ela apontou os altos índices de criminalidade em Maracanaú como um dos fatores para escolha da cidade.

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