Acordo para a reforma da Previdência deve incluir cargos no Nordeste

Na próxima semana, o Palácio do Planalto espera fechar um texto consensual para a reforma da Previdência

Escrito por Redação ,
Legenda: Líder do Governo, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), está confiante de que o Congresso vai aprovar a reforma da Previdência
Foto: Agência Câmara

Depois da Páscoa, o Governo vai tentar fechar acordo com os partidos para definir um texto consensual da reforma da Previdência. A previsão é que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados analise a admissibilidade da proposta na terça-feira (23), primeiro passo para tramitação da matéria. 

Também na próxima semana, o Palácio do Planalto deve começar a definir o futuro dos cargos federais regionais. Em encontro com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, apresentou a líderes partidários no Congresso Nacional uma lista de cargos que estarão disponíveis para indicação das lideranças. Na lista, estão órgãos como o Dnocs e o Banco do Nordeste, ambos com sede no Ceará.

A ideia do Governo, que acabou cedendo às cobranças da base aliada, é que os líderes, conduzidos por Maia e Alcolumbre, iniciem a indicação dos cargos já na semana que vem, informou, ontem, o jornal Folha de S. Paulo.

Um parlamentar cearense, que acompanha as negociações confirmou o encontro entre as lideranças, mas relata certo ceticismo entre os parlamentares após a circulação da informação do encontro. 

“Estão todos no clima de: vamos esperar alguma confirmação. Já houve muita promessa”, detalhou a fonte.

A sinalização é parte da estratégia do Governo para apagar o incêndio que tem sido causado pelas falhas de articulação política no Congresso, a exemplo do que vem ocorrendo na Câmara, no debate da reforma da Previdência. O Planalto tem sofrido constantes derrotas na tentativa de fazer a reforma avançar na Comissão de Constituição e Justiça.

O alvo da investida é o grupo de partidos de direita e centro-direita que estariam mais propensos a se aproximar do Governo Bolsonaro.

R$ 1 trilhão

A líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), afirmou, nesta quinta-feira, que o Governo está disposta a negociar mudanças na Previdência, desde que seja mantida a economia de R$ 1 trilhão em 10 anos. “Desde a apresentação da proposta, a gente está pronto a fazer concessões, sim. O que nós temos pedido é que os parlamentares tenham a sensibilidade de não mexer na espinha dorsal, que é o R$ 1 trilhão”, disse. “Quer mexer no BPC, mexe. Quer mexer na aposentadoria rural, mexe. A questão é preservar a economia de R$ 1 trilhão”.

Joice afirmou ainda que a CCJ deveria ter seguido o cronograma inicial que previa a apreciação do texto na última quarta, mas que o adiamento para semana que vem não vai atrapalhar no andamento da PEC. “O que houve, ontem, foi uma vitória de Pirro (da oposição)”, disse.

“Nós temos os votos necessários, temos 43 votos. A gente vai passar isso (na CCJ)”.

Dizendo-se confiante na aprovação da reforma no Congresso, Joice preferiu não se arriscar a dizer quantos votos o Governo tem hoje. “Seria leviano. Vocês sabem que a política é viva e muito sensível aos rumores”, disse a líder do Governo. Ela comentou, porém, que a meta pessoal é de uma vantagem de 40 votos além dos 308 necessários para aprovação de uma PEC.

Já o secretário do Tesouro Nacional, o cearense Mansueto Almeida, disse, nesta quinta-feira, se a reforma da Previdência for desidratada, não haverá crescimento esperado para o Produto Interno Bruto (PIB).  Para ele, o clima pró-reforma das regras das aposentadorias hoje é muito mais favorável do que era em 2016 e 2017. 

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.