Nova divisão administrativa de Fortaleza deve ser votada até quinta

Com oito novas propostas do Executivo tramitando na Câmara Municipal, vereadores negociam para acelerar a aprovação das matérias para limpar a pauta e entrar em recesso parlamentar na próxima quinta-feira

Escrito por Luana Barros , luana.Barros@svm.com.br

Os vereadores de Fortaleza estão em ritmo acelerado para limpar a pauta da Câmara Municipal antes da data agendada para início do recesso parlamentar: a próxima quinta (19). Como obstáculo, a chegada de oito novos projetos do Executivo, entre eles a que propõe nova Regionalização da cidade.

Para acelerar a tramitação, o presidente da Casa, Antônio Henrique (PDT), convocou sessão extraordinária ontem (16). A pressa foi criticada por vereadores da oposição, principalmente pela aprovação da tramitação em regime de urgência para os projetos.

"Mostra a falta completa de respeito com o poder legislativo e com a população de Fortaleza", critica o vereador Sargento Reginauro (Sem Partido). "A gestão passa o trator e mostra que não existe autonomia do Poder Legislativo".

O líder da Prefeitura na Casa, Ésio Feitosa (PDT), rebate as críticas. "O prefeito usou de um instrumento legítimo para encaminhar as mensagens que o Executivo considera urgentes a sua apreciação", afirma. Sobre prazos, ele prefere desconversar, mas vereadores da base aliada garantem que tudo deve ser aprovado até quinta (19).

Antônio Henrique não descarta a possibilidade de realizar sessões extraordinárias, mesmo depois no Natal. "Mas acredito que não será necessário", garante.

Negociações

Com ampla maioria na Casa, sendo 38 de 43 vereadores integrando a base aliada ao prefeito Roberto Cláudio, mesmo entre os vereadores de oposição, não há dúvidas de que há votos suficientes para limpar toda a pauta ainda em 2019. Opositores tentam agora acordos com a liderança do governo para a proposta mais complexa dentre as enviadas pela Prefeitura: a Regionalização.

A principal crítica à proposta é o escasso tempo para a discussão. "A primeira grande crítica é a que eu tenho feito ao prefeito Roberto Cláudio desde o primeiro mandato: é um governo que não conversa com a cidade", ressalta Guilherme Sampaio (PT).

O período escolhido para enviar a matéria à Casa também é questionado. "Nenhum prefeito faz proposta de reforma no último ano de governo. Fica soando como adaptação da Prefeitura à campanha eleitoral", critica Sampaio. "Amplia-se a quantidade de cargos, porque precisa dar lugar aos aliados, que não são poucos", completa Reginauro.

"Isto é o interesse eleitoral da oposição em tentar distorcer a proposta", rebate Feitosa. "Já imaginou se nós parássemos de legislar porque se aproxima do final do ano ou porque o ano seguinte é eleitoral", indaga. Já a discussão com a cidade, explica ele, foi feita ainda no processo de elaboração da proposta.

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