Maiores colégios eleitorais flertam com a direita

São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais são atropelados por uma onda conservadora, que colocou na disputa pelo poder nomes ligados ao PSL. Seguindo essa estratégia, está o tucano João Doria na disputa paulista.

Escrito por Redação , politica@diariodonordeste.com.br

São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, que respondem por 40% da população brasileira, vão ter segundo turno para a disputa ao governo estadual. Devido à importância econômica e ao peso no eleitorado, os candidatos a governador buscam surfar na campanha presidencial, a fim de obter uma subida nas pesquisas e chegar à vitória nas urnas no próximo dia 28.

Um dia após ter declarado seu apoio a Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno, o candidato ao governo do Estado de São Paulo pelo PSDB, João Doria, disse que não é igual ao deputado fluminense e destacou que o apoia porque a disputa se dará contra o PT é e também por sua agenda econômica. “Não sou igual a Bolsonaro e não penso igual a Bolsonaro. Votarei nele contra o PT, contra a esquerda, contra Fernando Haddad e contra Lula”, disse o tucano, ontem, após reunião com seu conselho de campanha. 

“Não endosso todas as posições dele. Endosso, sim, integralmente, as posições econômicas, sobretudo aquelas fundamentadas no trabalho do Paulo Guedes, que é um profissional de respeito”. Segundo o tucano, entre os temas que têm diferença com Bolsonaro, está o posicionamento em relação ao regime militar – o pai de Doria se exilou em 1964, após ter seu mandato de deputado federal cassado pelo golpe – e também a postura em relação às mulheres. 

Doria, que vai disputar contra Márcio França (PSB), voltou a disparar críticas ao adversário, na tentativa de colar sua imagem à do PT. “França representa a velha política, uma política esquerdista e populista. Foi líder do PT na Câmara Federal e aparece na delação da Odebrecht”.

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Rio de Janeiro

Já o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM) vai para a disputa de segundo turno pelo governo do Rio com um resultado pior do que o esperado. O candidato do DEM somou no primeiro turno 1.494.831 votos – 1,64 milhão a menos que Wilson Witzel (PSC), que começou a campanha com apenas 1%. 

O segundo lugar inesperado se soma à surpresa do ex-prefeito de ter que enfrentar um adversário que não era cogitado pela campanha. Depois da saída de Garotinho (PRP), barrado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a equipe de Paes dava como certo que enfrentaria Romário (Podemos), que terminou apenas na quarta colocação. Por isso, o ex-prefeito se viu obrigado a readaptar sua estratégia eleitoral.

Minas Gerais

Em Minas Gerais, além da derrota da ex-presidente Dilma para uma vaga no Senado, surpreendeu o efeito Bolsonaro. Foi a partir do momento em que pediu votos para Bolsonaro, no debate da TV Globo, que o empresário Romeu Zema (Novo) começou a disparar nas pesquisas para o Governo de Minas Gerais. No domingo, obteve 43% dos votos válidos e não só tirou da disputa o atual governador, Fernando Pimentel (PT), como também chega ao segundo turno à frente do então favorito, Antonio Anastasia (PSDB), que atingiu 29,06%. Zema se diz um crítico da “velha política”

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