Lúcio critica Cid, o PT, o PSDB e a AL

Escrito por Redação ,
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O ex-governador Lúcio Alcântara escolheu as dependências da AL para fazer todas as críticas ao Governo e aos aliados

O ex-governador Lúcio Alcântara (PR) escolheu o Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa, ontem, para fazer publicamente a sua primeira crítica ao Governo Cid Gomes. Ele também reprovou a mudança de discurso e de comportamento de partidos como o PT e o PSDB. “Ambos estão padecendo de crise de identidade. Renunciaram suas origens, aos seus compromissos partidários e políticos”, disparou.

Para Lúcio, atualmente o PSDB vivencia uma posição de dubiedade, uma vez que não é reconhecido como aliado pelos partidos que elegeram o governador, e ainda tem que disputar os mesmos colégios eleitorais com legendas que estão na base governista. “Imagino o desconforto que eles têm, e essa luta para conviver com uma situação de ambigüidade e insatisfação reprimida. São aliados de segunda classe. É uma situação muito desagradável que eles estão passando, e no futuro a tendência é a situação se agravar”, afirmou.

Lúcio também criticou a mudança do discurso dos que antes faziam oposição à gestão dele, como o PT, e que atualmente defendem situações difíceis do Governo Cid, como, por exemplo, a viagem para Europa em jato fretado, com a companhia de pessoas alheias à administração estadual. “Vejo um sinal de debilidade, de fraqueza de convicções. É uma mudança radical em um pequeno espaço de tempo, sem nenhuma coerência”, reprovou.

Inércia

Para Lúcio, os que antes levantavam suspeição na gestão dele, por supostas interferências familiares na administração estadual, atualmente compactuam com a viagem de pessoas alheias à administração estadual (a sogra do governador), em jato fretado pelo atual Governo. “Aquilo tudo era um plano eleitoral que estava em curso, e isso agora está sendo escancarado, mostrado com a maior evidência”.

Ao criticar a “inércia” da gestão Cid Gomes, Lúcio lembrou: “Fui acusado de não passar a primeira marcha pelo atual governador. Eu acho que essa afirmativa, que era ironia de oposicionistas disfarçados, porque estavam dentro do Governo, e usufruindo do Governo, foi ultrapassada pela realidade de hoje, por um Governo que até agora não apresentou nada que justificasse as promessas feitas durante a campanha eleitoral”, disparou Lúcio.

Além de afirmar que o Governo Cid ainda não engatou uma marcha de força, ele ainda arriscou dizer que houve foi um retrocesso pelo Estado, pelo menos quanto à relação entre os Poderes e a repercussão dos assuntos estaduais em âmbito nacional. “O que estamos vendo hoje é uma coisa muito ruim para o processo democrático, sobretudo partindo de quem pregava transparência, para quem se dizia inovador e moderno, para quem dizia que iria jogar uma nova luz no panorama político do Ceará. O que estamos vendo é o atraso, o retrocesso”, acusou Alcântara.

Chacota

Ele completou, lembrando que o Ceará tem sido motivo de “chacota” nacional por conta da “carona” que Cid deu à sogra e convidados em viagem à Europa, depois de mais de 20 anos fora do noticiário negativo da imprensa. Na avaliação dele, o “grande salto” prometido por Cid na campanha eleitoral ainda não foi dado. “É um Governo que considero sem nenhuma inovação, e que até o momento não disse a que veio. Os projetos que existem são os que eu deixei, e que eles se esforçam em apagar da memória da população”, declarou.

Ele lamenta que pelo fato de Cid ter maioria na Assembléia, a autonomia do Poder Legislativo esteja ameaçada. Um exemplo é a inoperância da Comissão de Fiscalização e Controle da Casa. “Vejo isso como uma coisa muito ruim. A base de apoio na Assembléia deve ter lealdade ao governador, mas isso tem um limite, não é para compactuar com nada errado, muito menos para cercear aquilo que é uma atividade básica da Assembléia, que é legislar e fiscalizar”, reclamou. “Se a própria Assembléia está se autolimitando, isso é uma coisa lamentável. Com todo respeito que eu tenho à Assembléia, isso é incompatível com o papel institucional do Poder Legislativo”, afirmou.

Sobre Luizianne, o ex-governador disse: “Acho que ela não tem aptidão para a gestão. Ela tem muitas virtudes como pessoa, mas acho que tem muitas deficiências como administradora”, enfatizou.
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