Liminar suspende punição a 19 membros do partido de Bolsonaro

Presidente nacional do PSL, deputado Luciano Bivar minimiza a gravidade do racha no partido, enquanto uma decisão judicial tornou sem efeito processos disciplinares contra 19 parlamentares da sigla, uma vitória da ala bolsonarista

Escrito por Redação , politica@verdesmares.com.br
Legenda: Eduardo Bolsonaro, atual líder do PSL, não deve ser afastado do diretório da legenda em São Paulo, indicou Luciano Bivar, presidente nacional da sigla
Foto: Foto: Agência Câmara

Mal o PSL instalou, ontem, o Conselho de Ética para julgar 19 parlamentares notificados por indisciplina - entre eles o atual líder do partido na Câmara, Eduardo Bolsonaro, a ala bolsonarista conseguiu na Justiça uma liminar que suspende qualquer tipo de punição aos deputados.

A decisão do juiz Alex Costa de Oliveira, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF), torna sem efeito os processos disciplinares abertos pelo PSL contra Eduardo e outros 18 do grupo.

Após analisar pedido dos parlamentares, o juiz registrou em sentença que era preciso verificar se os deputados receberam de forma correta as representações com as acusações de má conduta e indisciplina partidária. Isso seria fundamental para a apresentação da defesa de cada um.

Na ação, os deputados do PSL dizem que foram notificados sobre a abertura de processo, mas alegam que “as notificações estavam desacompanhadas do inteiro teor da representação”.

Na manhã de ontem, na sede do partido, em Brasília, nenhum dos aliados de Bolsonaro, alvos de representação, compareceu. Caso a Justiça permita a continuidade da instauração dos processos, as punições podem ser de simples advertência, suspensão de atividades partidárias, ou até mesmo expulsão. 

Notificados, ele teriam cinco dias úteis para a apresentação de defesas; com a nova decisão judicial não precisam mais apresentar recursos.

Filhos

Já o presidente do PSL, deputado Luciano Bivar (PE), minimizou, ontem, a possibilidade de o partido intervir nos diretórios de Rio, São Paulo e Minas Gerais para alterar os comandos estaduais. 

A troca foi sugerida pelo deputado Delegado Waldir (GO), ex-líder da sigla na Câmara , com o objetivo de atingir dois filhos do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (RJ) e o deputado Eduardo Bolsonaro (SP), e o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, que já está licenciado da presidência da legenda em Minas.

Bivar também tentou diminuir a crise do PSL, que já entrou na terceira semana. Perguntado sobre os conflitos, que opõem o grupo ligado a Bivar aos parlamentares mais próximos de Bolsonaro, o presidente do PSL procurou passar a imagem de que não há problemas. “Está tudo em paz, entendeu? Acho que a gente tem de pensar no Brasil. Todos nós temos de ser patriotas. Todos temos de ser patriotas. Somos uns liberais de direita. E a gente quer o melhor do País”, pregou.

Eduardo nomeia novos vice-líderes

O atual líder da bancada do PSL na Câmara, deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), nomeou, ontem, novos vice-líderes, todos parlamentares da ala bolsonarista, ou seja, ligados ao presidente.

O primeiro vice-líder é Filipe Barros (PSL-PR). Os outros são Sanderson (RS), Carla Zambelli (SP), General Girão (RN), Márcio Labre (RJ), Alê Silva (MG), Daniel Silveira (RJ), Chris Tonietto (RJ), Junio Amaral (MG), Bibo Nunes (RS), Bia Kicis (DF), Luiz Philippe de Orleans e Bragança (RJ) e Luiz Ovando (MS). Na segunda, em seu 1º ato como novo líder do PSL na Câmara, Eduardo determinou o desligamento de todos os vice-líderes do partido na Casa. 

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