José Sarto anuncia chapa de consenso para a Mesa Diretora da AL; siglas reivindicam comissões

Candidato único à presidência, ele reafirmou como uma de suas principais metas a reforma do Regimento Interno. A partir de agora, legendas devem formatar blocos partidários para compor as comissões técnicas permanentes

Escrito por Miguel Martins ,

Depois de 20 dias de discussões, a composição da futura Mesa Diretora da Assembleia Legislativa foi anunciada, ontem, pelo deputado José Sarto (PDT), candidato único a presidir a Casa nos próximos dois anos. Após eleição da Mesa, que acontece amanhã, o passo seguinte é a formação de blocos partidários para disputar a presidência das 18 comissões técnicas permanentes.

O PDT, maior partido da Assembleia, com 14 membros, terá dois assentos efetivos na Mesa. Além da presidência, emplacou Evandro Leitão (PDT) na primeira-secretaria. Já o petista Fernando Santana, novato na Casa, será o primeiro vice-presidente do Legislativo Estadual.

O MDB de Eunício Oliveira ficou com a segunda vice-presidência, que será ocupada por Danniel Oliveira. Duas mulheres farão parte da Mesa Diretora, algo inédito na composição do colegiado. São elas: Aderlânia Noronha (SD), na segunda secretaria; e Patrícia Aguiar (PSD), na terceira secretaria. Leonardo Pinheiro (PP) será o quarto secretário.

Completam ainda a composição da chapa única os deputados Romeu Aldigueri e Osmar Baquit, ambos do PDT; e Bruno Gonçalves (Patri), como vogais - uma espécie de suplência. A eleição que oficializará os novos integrantes da Mesa Diretora acontecerá na sessão preparatória da Assembleia, marcada para amanhã, a partir das 10 horas.

Consenso

Em coletiva, o deputado José Sarto ressaltou a construção de uma chapa de consenso. Ontem, parlamentares do PROS, PSDB e PSOL, que fazem oposição ao Governo Camilo Santana, estiveram na apresentação dos nomes que comporão a Mesa.

"A minha ideia é discutir política de forma macro, tentar promover mais tolerância, inclusão. Sendo duro com a oposição, mas sendo generoso e ouvir o contraditório", disse Sarto. Ele reafirmou como proposta a reforma do Regimento Interno da Casa, pois segundo informou, há muitos artigos que geram diferentes interpretações.

Até o momento, apenas parte da oposição sinalizou a possibilidade de estar unida em bloco formado por PSDB, PSL e PROS. O deputado federal eleito Capitão Wagner (PROS) articula com Sarto os espaços pleiteados pela a bancada.

Em reunião recente, ficou acertado que os opositores presidiriam dois colegiados e teriam participação nas principais comissões da Casa. De acordo com Wagner, a reivindicação dos membros do grupo é a presidência da Comissão de Recursos Hídricos e de Defesa Social.

O PT, com quatro deputados, disputa a presidência da Comissão de Educação e tem interesse em comandar outro colegiado. Elmano de Freitas, sondado para liderança do Governo, também tem interesse em permanecer na reitoria da Universidade do Parlamento Cearense, a Unipace.

Principais comissões

Já o PDT tende a presidir, mais uma vez, a Comissão de Constituição e Justiça, o principal colegiado da Casa. Sérgio Aguiar é um dos cotados para seguir no comando do grupo na Casa. Ele não quis disputar vaga na Mesa desta vez de olho no biênio seguinte, uma vez que há entendimento na base governista de que os que serão eleitos amanhã não devem disputar reeleição na Casa. A comissão de Orçamento e Finanças pode ser presidida por Tin Gomes.

O MDB, com quatro deputados, também não abrirá mão de comandar algum colegiado. O PCdoB, por sua vez, reivindica, mais uma vez, o comando da comissão de Seguridade e Saúde. O PSD, segundo a deputada Patrícia Aguiar, presidirá a comissão de Infância e Adolescência com a deputada Érika Amorim. Ela também será a líder da legenda, que não se coligará.

Membro único do PSOL na Assembleia, o deputado Renato Roseno recebeu o apoio de 160 entidades para presidir a Comissão de Direitos Humanos. No entanto, ele ainda não recebeu resposta da direção da Assembleia. Roseno deve votar na chapa encabeçada por José Sarto.

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