Israel conta com mudança de Embaixada do Brasil para Jerusalém

Premiê de Israel disse que Bolsonaro garantiu a transferência da sede diplomática do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém

Escrito por Redação ,

A transferência da Embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém, como prometeu Jair Bolsonaro para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, vai enfrentar resistência de países árabes, contrários à medida, que podem retaliar as exportações de produtos nacionais.

Jair Bolsonaro afirmou ao premiê Benjamin Netanyahu que a embaixada brasileira será mesmo transferida para Jerusalém, afirmou, neste domingo, no Rio de Janeiro, o chefe de governo do Estado judeu.

"Bolsonaro me disse que não é uma questão de se, mas de quando", disse Netanyahu em encontro ontem com a comunidade judaica brasileira, em um hotel de Copacabana, no Rio de Janeiro.

O comércio entre o Brasil e os países árabes é superavitário, enquanto com Israel é deficitário. A balança comercial com Israel foi desfavorável ao Brasil em US$ 767 milhões no ano passado.

As exportações brasileiras para Israel somaram US$ 293 milhões, valor 27,07% inferior ao contabilizado no ano anterior. Já as importações de produtos israelenses atingiram US$ 1,060 bilhão, alta de 29,74%. Os principais produtos vendidos pelo Brasil ao mercado israelense são carne bovina congelada, soja e suco de laranja. Já as importações daquele país têm como itens cloreto de potássio, inseticidas e materiais plásticos.

Em novembro, após declarações de Bolsonaro sobre a possibilidade de mudança da embaixada, surgiram comentários no cenário político internacional de que países árabes, grandes importadores de carne do Brasil, poderiam retaliar o País caso a medida fosse concretizada. A transferência da Embaixada de Tel Aviv para Jerusalém - num gesto que simboliza o reconhecimento de Jerusalém como capital israelense- é muito polêmica. Viola resoluções do Conselho de Segurança da ONU, segundo as quais o destino da cidade sagrada para as três religiões monoteístas deve ser decidido em negociações entre Israel e os palestinos.

Se fizer essa mudança, Bolsonaro seguirá os passos do presidente dos EUA, Donald Trump, que fez isso em maio. Além dos EUA, só a Guatemala transferiu sua embaixada para Jerusalém. Todos os demais países que têm representação diplomática no país as mantêm em Tel Aviv.

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