Gonzaga minimiza falta de apoio

Candidato do PSTU defende uma "rebelião" dos trabalhadores e não descarta disputar cargo em outras eleições

Escrito por Redação ,
Legenda: Francisco Gonzaga, candidato do PSTU, foi entrevistado, ontem, pelo 'Diário na TV', da TV Diário. Hoje, o entrevistado é Hélio Góis (PSL)
Foto: FOTO: NATINHO ROGRIGUES

Apesar de ser crítico de políticos que aparecem em localidades do Ceará a cada dois anos para pedir votos, o candidato do PSTU ao Governo do Estado, Francisco Gonzaga, participa, neste ano, da sétima eleição ao longo de 14 anos de vida pública. Caso seja eleito, o socialista defende uma "rebelião" dos trabalhadores para mudar a realidade do País, mas admite que tal movimento não tem recebido apoio da categoria que busca representar. Ontem, ele foi o penúltimo dos candidatos a governador a ser entrevistado pela TV Diário e pela TV Verdes Mares.

> Gonzaga propõe participação de conselhos de trabalhadores em eventual governo
 
Gonzaga disputou mandato pela primeira vez em 2004, quando recebeu 36 votos nas eleições para vereador. Na última eleição que disputou, para prefeito de Fortaleza em 2016, teve 2.187 sufrágios. Aos 60 anos, porém, ele não pensa em desistir da vida política e, caso seja derrotado neste ano, já se coloca à disposição do PSTU para pleitos vindouros. "Se o Francisco Gonzaga vai ser ou não candidato é uma coisa, mas vou continuar lutando e militando", disse ele, ressaltando que "se tiver necessidade de eu assumir uma candidatura, com certeza, assumirei".

O postulante sustentou que, caso seja eleito, fará um governo "com os trabalhadores", mas ainda não sabe como convencer o eleitor disso. "Nunca foi fácil para um partido revolucionário. Não dá para falar de revolução e não participar das eleições. Se teremos muitos votos ou não, não importa. O que importa é que a gente acha que deu a nossa contribuição para a classe de trabalhadores", disse. Segundo ele, conselhos populares da classe trabalhadora decidirão os rumos das políticas adotadas em eventual gestão socialista.

O PSTU defende, local e nacionalmente, uma proposta de "rebelião" dos trabalhadores. "O PSTU apresenta esse programa e, no momento de luta, ele servirá como uma luva dentro do sentimento da maioria da população, apesar de essa maioria não se manifestar", disse.

Ele não demonstra preocupação com o alcance da cláusula de desempenho pelo partido, a partir da eleição de deputados federais, e destaca que o percentual de 2% de intenções de voto que tem, de acordo com a única pesquisa Ibope para o Governo do Estado já divulgada, apesar de ínfimo, é importante, porque reflete interesse nas propostas socialistas. "Muitas vezes ando pelos locais e as pessoas questionam se eu sou candidato. Isso acontece porque os trabalhadores veem os candidatos como seres de outro planeta, porque se apresentam como poderosos".

Histórico

Em 2018, Francisco Gonzaga disputa o Governo do Estado pela segunda vez. A primeira foi em 2010, quando obteve 5.412 votos e terminou o primeiro turno em último lugar dentre seis candidatos.

Em 2016, ele foi o postulante do PSTU à Prefeitura de Fortaleza, assim como em 2012. No somatório das duas eleições, o socialista teve pouco mais de cinco mil votos.

Gonzaga também foi candidato a vereador da Capital, em 2004. Já em 2008, disputou o cargo de vice-prefeito e, em 2014, tentou mandato de deputado federal.

Esta é a sétima eleição da trajetória política do candidato. Ele concorreu a cargos eletivos nas eleições gerais de 2010 e 2014 e nos pleitos municipais de Fortaleza em 2004, 2008, 2012 e 2016, sempre pelo PSTU.

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