General é apresentado, mas chapas só em julho

Os principais grupos que disputarão o cargo de governador e os dois de senador só terão nomes na véspera das convenções

Escrito por Edison Silva - Editor de Política ,

Líderes governistas e de oposição só formarão suas chapas majoritárias para a disputa da chefia do Executivo estadual, e das duas vagas de Senador da República, próximo das convenções homologatórias das candidaturas, em julho próximo, como definido pelo Calendário Eleitoral. No entanto, todos os partidos participantes da disputa eleitoral deste ano têm já os seus candidatos a governador.

Na situação, é Camilo Santana, postulante à reeleição, tendo como adversários Ailton Lopes, apresentado pelo PSOL, e o general Guilherme Theophilo, cuja candidatura será anunciada pelo senador Tasso Jereissati (PSDB), na segunda-feira próxima, com toda pompa tucana.

Cid Gomes (PDT), agora mais envolvido no processo da sucessão presidencial, só depois de concluídos os entendimentos quanto às alianças para fortalecimento da candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República, voltará suas atenções, com o governador, para definir os companheiros de Camilo, como vice-governador e senadores. Ele é um dos candidatos ao Senado.

Por seu turno, o general Guilherme Theophilo vai aguardar os entendimentos capitaneados pelo senador Tasso para conhecer os seus companheiros de disputa majoritária. Ailton Lopes, com menos dificuldade que os dois outros, mesmo assim vai demorar mais um pouco para tornar públicos os demais integrantes de sua chapa.

Coordenado

O general, nos últimos dias, estruturou toda a sua campanha. Além dos contatos políticos e de entrevistas diárias concedidas às estações de rádio do Interior cearense, ele tem conversado com representantes dos vários segmentos da sociedade cearense para a definição de prioridades do plano de Governo, coordenado pelo economista Marcos Holanda, ex-presidente do Banco do Nordeste do Brasil, onde chegou por indicação do senador Eunício Oliveira (MDB).

A Segurança será o ponto principal da proposta de Guilherme Theophilo, mas o destaque do programa que apresentará como candidato será o bem-estar social, englobando a Segurança, a Saúde, a Educação e a Inovação, com foco no jovem empreendedor.

O tucano terá a parceria dos deputados estaduais Capitão Wagner (PROS) e Heitor Férrer (Solidariedade) para percorrer todos os pontos de Fortaleza, esperando estimular o ideal oposicionista dos eleitores da Capital, estendendo-se à Região Metropolitana, sabido das dificuldades de Camilo nessas plagas, e da fortaleza deste no restante do Estado, onde arquiteta chegar com a ajuda de correligionários.

O Solidariedade não está na relação dos seus apoiadores firmes, como o PROS de Wagner e o PSD de Domingos Filho. Heitor está no grupo de alavancagem da candidatura do general como dissidente do partido presidido, no Ceará, pelo deputado federal Genecias Noronha.

A propósito, Domingos Filho e sua mulher, Patrícia Aguiar, são dois dos nomes apontados para compor a lista de candidatos majoritários, tanto a vice quanto ao Senado. O casal, por sinal, está na Inglaterra, em compromisso familiar, mas Domingos tem a pendência judicial relacionada à sua condição de poder ou não filiar-se a um partido enquanto conselheiro do extinto Tribunal de Contas dos Municípios, colocando-o em disponibilidade, com todas as vantagens e garantias do cargo.

Nacional

O ex-governador Cid Gomes está dedicando hoje bem mais tempo aos contatos nacionais relacionados à candidatura do irmão Ciro à Presidência da República, tanto que fica mais tempo entre São Paulo e Brasília, onde se dão os principais encontros e tratativas. Sobre as eleições no Ceará, nos dias da semana dedicados ao Estado, cuida de situações dos seus liderados pretendentes a vagas na Assembleia e Câmara dos Deputados.

Ele fala pouco sobre o encontro que teve com o senador Eunício Oliveira, em seu apartamento, recentemente, mas diz que foi cordial, sincero, porém, sem qualquer conclusão sobre a aliança pretendida pelo senador e defendida por Camilo Santana.

Sua atenção à composição da chapa majoritária encabeçada pelo governador vai ser dispensada somente após a conclusão do seu trabalho na formação das alianças em torno de Ciro, próximo do mês de julho, quando começarão as convenções partidárias. Ele é candidato ao Senado. Cid, hoje, aposta na conquista do apoio do PSB à pretensão de Ciro Gomes.

Nesta semana, quarta-feira, enquanto os presidentes nacionais do PDT e PSB, respectivamente Carlos Lupi e Carlos Siqueira, tratavam da aliança, Cid jantava com a quase totalidade da bancada federal do PSB, tratando de como desvencilhar as dificuldades por acaso existentes nos estados onde os partidos querem eleger governadores.

Acertada a aliança com o PSB, Ciro Gomes incorporará ao seu projeto de governança as ideias defendidas, no início da última campanha presidencial, pelo então candidato Eduardo Campos, morto em acidente aéreo no curso da campanha, compromisso que sensibiliza não apenas a família de Eduardo Campos, ainda com força no comando da agremiação, como a muitos dos filiados, companheiros de Campos na fatídica campanha para ele. 

Para Cid, o PT terá um candidato a presidente da República. Hoje, as lideranças do PDT trabalham no sentido de ter o apoio dos petistas no segundo turno da disputa. No cenário atual, convictos de que Lula não disputará a Presidência, por conta da Lei da Ficha Limpa, Ciro, com o apoio do PSB e de prováveis outros aliados, terá suas chances deveras ampliadas para chegar ao segundo turno. O apoio do PP ao cearense não está descartado. Nesta semana, também em Brasília, dirigentes do PDT tiveram uma longa conversa com o senador Ciro Nogueira, presidente nacional do PP.

Coligação

Ciro Gomes está em Fortaleza, desde ontem, após uma palestra, até certo ponto ruidosa na Suécia. Aqui, como contestador de uma aliança do grupo governista com o senador Eunício Oliveira, para este disputar a reeleição ao lado de Camilo Santana, o encontro público programado para Sobral, hoje, com as presenças de Camilo e Eunício, no anúncio de liberação de recursos federais para obras no Município, administrado por Ivo Gomes, seu irmão, poderá ficar esvaziado de amigos seus. Como ele defende a parceria administrativa do senador com o governador, também o faz em relação ao seu irmão. Mas fica só nisso. 

Ainda com relação a Sobral, chama atenção, também, o fato de não poder estar no mesmo palanque o deputado federal Moses Rodrigues, até bem pouco, quando Eunício era oposição a Cid, seu principal instrumento de fustigação aos irmãos Ferreira Gomes, inclusive na última disputa municipal e depois dela, pois insatisfeito com sua derrota acionou a Justiça Eleitoral reclamando a cassação do mandato de Ivo, ação ainda pendente. 

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