Encontro entre Bolsonaro e Netanyahu indica futuras parcerias

O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) fez elogios ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Os dois se reuniram, ontem, no Rio de Janeiro, e falaram em ampliar a cooperação entre os países na economia e na área militar

Escrito por Redação ,
Legenda: Jair Bolsonaro e Benjamin Netanyahu se reuniram, ontem, durante almoço no Forte de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro
Foto: Foto: AFP

O encontro entre o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, ontem, no Rio, representa, na visão desses líderes, o ensaio de nova aliança que trará maior cooperação econômica e militar entre os dois países.

A reunião, histórica por se tratar da primeira visita de um premiê israelense ao Brasil, faz parte dos novos alinhamentos geopolíticos do futuro governo de extrema direita de Bolsonaro, que assumirá a Presidência em 1º de janeiro.

Israel tem a expectativa de que Bolsonaro transfira a embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv a Jerusalém, como anunciou em novembro.

Netanyahu considerou na ocasião que se tratava de um anúncio "histórico", embora o presidente eleito tenha dito que a decisão -que poderia provocar represálias comerciais dos países árabes, importantes compradores de carne brasileira- ainda não tinha sido tomada.

O Estado hebreu considera toda a cidade de Jerusalém como sua capital, enquanto os palestinos aspiram a que Jerusalém oriental venha a se tornar a capital de seu futuro Estado. Para a comunidade internacional, o estatuto da Cidade Santa tem que ser negociado entre as duas partes, e as embaixadas não devem ser instaladas ali sem um acordo ter sido alcançado.

Parceria

Até agora, o Brasil, onde vivem comunidades judaicas e árabes, manteve esta postura. Israel tem um acordo de livre-comércio com o Mercosul, que o Brasil integra com Argentina, Paraguai e Uruguai. A troca bilateral entre o maior país da América Latina e Israel alcança US$ 1,2 bilhão.

Bolsonaro disse na terça-feira que está buscando importar tecnologia israelense para produzir água para o Nordeste do Brasil, historicamente castigado pela seca. O que ficou evidente foi uma troca de elogios e de boas intenções com relação ao futuro.

"Mais do que parcerias, seremos irmãos no futuro, na economia, tecnologia, e tudo aquilo que possa trazer benefício para os dois países", declarou Bolsonaro, ao receber Netanyahu para um almoço no Forte de Copacabana.

Promessas

"É difícil acreditar que não tivéssemos contatos como este antes. Porque a irmandade, a aliança que você mencionou é real e pode nos levar muito longe. Israel é a terra prometida, o Brasil é a terra das promessas", respondeu o premiê ao presidente eleito.

Netanyahu, que decidiu fazer esta visita apesar da difícil situação política e judicial que enfrenta no seu país e das tensões dos últimos dias entre Israel e Síria, disse, ainda, que Bolsonaro "aceitou" seu convite para visitar Israel. O futuro presidente disse que a visita ocorreria "antes de março".

"Juntos, mas com outros países como os EUA, que pensam e têm uma ideologia parecida com a nossa, temos tudo para nos ajudarmos e fazer o bem para nossos países", declarou mais tarde em um encontro com a comunidade judaica.

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