Encontro de Bolsonaro com Trump é marcado por elogios mútuos

Após pesquisa apontar queda da popularidade, Bolsonaro recebeu demonstração explícito de apoio por parte do presidente dos EUA

Escrito por Redação ,
Legenda: Donald Trump e Jair Bolsonaro trocaram gentilezas durante reunião bilateral, realizada em Osaka, no Japão
Foto: Foto: Agência Brasil

Um dia após a divulgação de uma pesquisa do Ibope apontar uma queda de popularidade no sexto mês de mandato, o presidente Jair Bolsonaro ganhou, nesta sexta, afagos públicos diante da mídia internacional, feitos por Donald Trump, presidente dos EUA.

"Ele é uma pessoa muito especial", disse o líder republicano, referindo-se a Bolsonaro. "Muito amado pelo povo brasileiro", acrescentou. "Sou um de seus maiores admiradores há muito tempo, inclusive antes de sua eleição", respondeu Bolsonaro.

A troca de gentilezas foi durante uma reunião na cidade japonesa de Osaka, onde ocorre a cúpula do G20.

Os dois trataram de temas como a relação comercial entre os dois países, a entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a situação da Venezuela.

"A OCDE foi tema nesse encontro, e falou-se também da Venezuela, dos aspectos que podem ser elevados por ambos os países para uma solução democrática e duradoura na Venezuela. Falou-se das possibilidades de apoio e interlocução entre os países sob o ponto de vista comercial e sob outros pontos de vista", disse o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros.

No final de maio, os EUA decidiram apoiar formalmente a entrada do Brasil na OCDE.

Nesta sexta, Bolsonaro também comentou, em entrevista, a última pesquisa do Ibope, divulgada na véspera, que indicou uma alta na insatisfação popular com o Governo. "Se eu acreditasse em pesquisa, não seria presidente", ironizou.

Macron

Bolsonaro também se reuniu com o presidente francês Emmanuel Macron. Os dois conversaram durante cerca de 30 minutos sobre temas como o acordo entre o Mercosul e a União Europeia, o Acordo de Paris, meio ambiente e temas referentes à fronteira entre o Brasil e a Guiana Francesa.

Bolsonaro convidou Macron para visitar o Brasil, em especial a Região Amazônica. "A fim de que essa visita possa colaborar para uma narrativa verdadeira a respeito do esforço que o presidente Bolsonaro vem realizando junto com o governo para que o meio ambiente seja preservado no nosso país, como sempre foi, mas também termos a possibilidade de agregarmos a esse processo de preservação o desenvolvimento socioeconômico", disse Otávio Rêgo Barros.

OCDE

O presidente esteve também com o secretário-geral da OCDE, José Angel Gurría Treviño, e, segundo o porta-voz, há uma expectativa "extremamente positiva" em relação a entrada do Brasil na instituição. "Existe uma seleção de países e há uma cronologia dessa seleção, mas o Brasil está muito bem posicionado, porque atende a maioria dos pré-requisitos que são apresentados por aquela organização", explicou.

O ingresso de um país ao grupo de nações que compõem a OCDE traz benefícios em vários setores, especialmente na atração de investimentos. Na agenda de Bolsonaro no Japão ainda teve um encontro com o presidente do Banco Mundial, David Malpass, e uma reunião informal do Brics, grupo de países que reúne Brasil, Índia, China, Rússia e África do Sul.

A reunião mais esperada da cúpula, entre Trump e o líder chinês Xi Jinping, será realizada hoje. Eles tentarão resolver seu conflito comercial. Em jogo está nada mais nada menos do que o bom funcionamento da economia global.

Durante cúpula do G20, no Japão, o presidente Jair Bolsonaro e Donald Trump fizeram uma reunião marcada por gentilezas e conversas sobre a entrada do Brasil na OCDE, crise da Venezuela e relações comerciais

Mercosul e UE

Jair Bolsonaro comemorou o fechamento de acordo de livre-comércio entre a União Europeia e o Mercosul. Em mensagem nas redes sociais, ele avaliou o pacto como "histórico" e disse que trará "benefícios enormes" para a economia brasileira. Bolsonaro aproveitou para parabenizar o chanceler Ernesto Araújo.

Visita de Trump ao Brasil

Bolsonaro disse a Trump que espera que ele visite o Brasil antes das próximas eleições nos EUA, marcadas para novembro de 2020. "Espero que nos visite antes das eleições, se for possível. Será motivo de orgulho e satisfação e a visita vai mostrar para o mundo que a política do Brasil mudou de verdade. Nos interessa e temos o prazer de nos aproximarmos dos EUA", afirmou.

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