Em pronunciamento, Bolsonaro defende "salvar vidas" e empregos

Presidente volta a falar em rede nacional de rádio e TV sobre as medidas do Governo para evitar uma recessão econômica devido à pandemia do novo coronavírus. Em várias cidades do País, houve, novamente, panelaços

Escrito por Redação ,
Legenda: Presidente Jair Bolsonaro classificou a pandemia da Covid-19 como "maior desafio de nossa geração"
Foto: Foto: PR

novamente, o presidente Jair Bolsonaro foi alvo de panelaços em capitais pelo País, desta vez durante pronunciamento em rede nacional de rádio e TV, na noite desta terça, quando defendeu a missão de "salvar vidas, sem deixar para trás os empregos". Os protestos ocorreram em cidades como Fortaleza, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Porto Alegre.

No Rio, houve gritos esparsos de apoio a Bolsonaro. Também houve protestos em Salvador, Curitiba e Recife. Os panelaços foram mais fortes do que os dos últimos dias. Houve gritos de "fora", de "fascista" e de "genocida". Alguns respondiam, de forma mais fraca, "mito".

Os panelaços contra o presidente começaram no último dia 17 e coincidem com o início da fase mais aguda das medidas de quarentena pelo País contra o novo coronavírus.

O presidente tem adotado um tom de minimizar os riscos da Covid-19 e se referiu à doença como "gripezinha", "resfriadinho" e "neurose".

Ele defende a reabertura das atividades comerciais e escolas pelo País, posição sobre a qual tem entrado em conflito com governadores. Pesquisa do Datafolha, feita entre os dias 18 e 20, mostrou apoio majoritário às medidas de restrição pelo Brasil.

Os protestos desse tipo se tornaram uma marca da queda da popularidade de Bolsonaro por ocorrerem em bairros de classe média e alta nos quais ele foi bem votado nas eleições de 2018. Em 2015, os panelaços tinham sido um símbolo da insatisfação com a então presidente Dilma Rousseff, que sofreu impeachment no ano seguinte.

Emprego

No pronunciamento, Bolsonaro afirmou que a pandemia é o "maior desafio da nossa geração". Ele voltou a enfatizar a necessidade de se implementar medidas para a preservação de empregos.

"O efeito colateral das medidas de combate ao coronavírus não pode ser pior do que a própria doença. A minha obrigação como presidente vai para além dos próximos meses: preparar o Brasil para a sua retomada, reorganizar nossa economia e mobilizar todos os nossos recursos e energia para tornar o Brasil ainda mais forte após a pandemia".

O presidente disse que as medidas de proteção à população estão sendo implementadas de forma coordenada, racional e responsável. Segundo Bolsonaro, o Brasil avançou muito nos últimos 15 meses, desde que tomou posse em janeiro de 2019, e sua preocupação sempre foi salvar vidas.

"Tanto as que perderemos pela pandemia quanto aquelas que serão atingidas pelo desemprego, violência e fome".

Ele destacou políticas em defesa do emprego e da renda como a ajuda financeira aos estados e municípios (com adiamento de pagamento das dívidas), linhas de crédito para empresas, auxílio mensal de R$ 600 aos trabalhadores informais e vulneráveis e entrada de cerca de 1,2 milhão de famílias no Bolsa Família.

"Temos uma missão: salvar vidas, sem deixar para trás os empregos. Por um lado, temos que ter cautela e precaução com todos, principalmente junto aos mais idosos e portadores de doenças preexistentes. Por outro, temos que combater o desemprego, que cresce rapidamente, em especial entre os mais pobres. Vamos cumprir essa missão ao mesmo tempo em que cuidamos da saúde das pessoas", prometeu o presidente.

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